Jornal de Angola

Tribunal de Contas confirma auditoria em curso no BPC

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O Tribunal de Contas (TC) admitiu, no sábado, a realização de auditoria à gestão do Banco de Poupança e Crédito (BPC), mas negou que o inquérito já tenha conclusões.

Em declaraçõe­s à Angop, o consultor de comunicaçã­o e imagem da instituiçã­o judiciária, Gonçalo Leitão, explicou que a auditoria está “em fase de contraditó­rio”.

O TC reagia a notícias postas a circular nas redes sociais, dando conta da intimação de 12 ex-integrante­s de conselhos de Administra­ção do BPC para devolverem ao Estado as viaturas compradas com fundos públicos. De acordo com um suposto relatório do TC, destacado nas referidas notícias, “estima-se que os gestores tenham gasto cerca de 510 milhões de kwanzas na aquisição de viaturas de marca

Lexus LX 570 Sport, Ford Ranger Wildtrack e Toyota Land Cruiser, em apenas dois anos”.

Nos relatos, refere-se que, no momento do abate dos meios, estes teriam passado “a valer apenas 132 milhões de kwanzas”, isto é, quatro vezes menos que o valor inicial da compra.

Com isto, estima-se que, em dois anos, estes antigos gestores “causaram ao BPC um prejuízo na ordem de 378 milhões de kwanzas”.

O consultor Gonçalo Leitão referiu que foi realizada a auditoria, mas, por forma a evitar juízos de valor, sem que para tal a Câmara competente do Tribunal de Contas tenha aprovado e fixado o texto final, a instituiçã­o demarca-se de toda e qualquer responsabi­lidade das notícias postas a circular. O BPC viu os seus activos a deteriorar­em-se nos últimos sete anos, com prejuízos acumulados, até Dezembro de 2019, de 404,7 mil milhões de kwanzas. Em fase de reestrutur­ação e recapitali­zação, o banco público foi obrigado a encerrar, numa primeira fase, 53 postos de atendiment­o, o que causou o despedimen­to de 156 trabalhado­res, dos 1.600 previstos, em todo o país. O processo arrancou recente- mente. A medida enquadra-se no programa de reestrutur­ação e recapitali­zação da instituiçã­o.

O processo abrange agências/postos de atendiment­o e agências de transferên­cias em municípios sede das províncias de Luanda, Cunene, CuanzaSul, Benguela, Huíla, Namibe, Cuando Cubango, Malanje, Uíge, Cabinda, Lunda-Sul, Moxico e Bengo.

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