Jornal de Angola

Primeiro-Ministro pede eleições pacíficas

Um pequeno grupo de manifestan­tes enfrentou a Polícia e as autoridade­s proibiram manifestaç­ões até ao dia 30 de Setembro

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O Primeiro-Ministro da Côte d'Ivoire, Hamed Bakayoko, pediu sábado "eleições pacíficas" perante alguns milhares de jovens num encontro político em Abidjan, a um mês e meio de uma eleição presidenci­al tensa, após ter ocorrido um incidente com os opositores.

"Não dêem ouvidos a quem ameaça a Côte d’Ivoire, a "Côte d’Ivoire dos jovens que poderíamos manipular acabou", afirmou Hamed Bakayoko, cujos apoiantes dizem ser popular entre os jovens, que elogiam também o "histórico do Presidente Alassane Ouattara", que concorre a um terceiro mandato, apesar da contestaçã­o da oposição.

O Primeiro-Ministro falava num encontro político organizado pela "Plataforma para a vitória do RHDP (Reunião de Houphoueti­stas pela Democracia e Paz)", organizaçã­o próxima do partido do poder, apesar de a campanha eleitoral só começar em 15 de Outubro, conforme foi recordado pela Comissão Eleitoral independen­te, num comunicado divulgado na quinta-feira, onde apontou que "toda a propaganda eleitoral" é proibida "fora do período regulament­ar da campanha".

Esta foi a primeira reunião política na Côte d’Ivoire desde o anúncio, na passada segunda-feira, pelo Conselho Constituci­onal dos candidatos selecciona­dos para as presidenci­ais de 31 de Outubro. Apenas quatro das 44 candidatur­as foram aceites pelo Conselho, nomeadamen­te as do Presidente Outtara e de três oponentes, entre os quais o ex-Chefe de Estado Henri Bédié (1993-1999).

Antes do encontro, que decorreu na grande comuna popular de Yopougon, considerad­a favorável ao ex-Presidente Laurent Gbagbo, registou-se um incidente entre os manifestan­tes da oposição e a Polícia.

Cerca das 08h00 locais (09h00 em Angola), no mercado Sicogi, um pequeno grupo de manifestan­tes enfrentou a

Polícia e incendiou um veículo policial, segundo os testemunho­s de dois comerciant­es à France-Press, que pediram anominato.

As autoridade­s da Côte d’Ivoire proibiram todas as manifestaç­ões até 30 de Setembro.

Eleito em 2010 e reeleito em 2015, Ouattara tinha inicialmen­te anunciado em Março a sua decisão de desistir de concorrer a um terceiro mandato. Mudou de ideias em Agosto, após a morte súbita do então Primeiro-Ministro e candidato presidenci­al do partido no poder, Amadou Gon Coulibaly.

O anúncio da sua recandidat­ura provocou confrontos, que resultaram pelo menos em 15 mortes.

O Conselho considerou que, com a nova Constituiç­ão de 2016, o país tinha entrado numa nova República e que a contagem de mandatos tinha sido recolocada a zero, embora o novo texto, tal como o anterior, limite o número de mandatos presidenci­ais a dois.

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DR Autoridade­s da Côte d’Ivoire proibiram todas as manifestaç­ões até dia 30 de Setembro

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