Manifestantes pedem o fim da perseguição a jornalistas
Jornalistas argelinos manifestaram-se nas últimas duas semanas para exigir a libertação do seu colega Khaled Drareni, condenado a três anos de prisão, segundo revelou ontem a AFP. A estes, juntaram-se ontem mais de 200 pessoas que também saíram à rua para, simbolicamente, apoiar o jornalista acusado de “incitação à concentração não armada” e “atentado à unidade nacional”.
Na semana passada, os repórteres sem fronteiras denunciaram “um contexto cada vez mais deteriorado para a liberdade de imprensa na Argélia".
Jornalistas de todo o mundo mobilizaram-se nas redes sociais para exigir a liberação imediata e sem condições de Khaled Drareni. Nos últimos meses, jornalistas argelinos foram acusados pelo regime de semear a discórdia, ameaçar o interesse nacional e estarem a soldo das “forças externas”.
A Amnistia Internacional (AI) também já pediu às autoridades argelinas para cessarem "imediatamente" a "detenção sistemática" de jornalistas no país, reagindo às recentes penas de prisão efectivas pronunciadas contra vários profissionais do sector.
"Vários jornalistas foram recentemente presos por terem partilhado vídeos criticando o Presidente (Abdelmadjid Tebboune) e expressado apoio aos movimentos de protesto", declarou, num comunicado, Amna Guellali, responsável da AI para o Médio Oriente e Norte de África.
Guellali salientou que as autoridades argelinas "estão preparadas para tudo fazer para calar as críticas" e denunciou as "penas pesadas" num "contexto de crescente repressão".