Milhares de manifestantes pedem reformas políticas
Manifestantes ergueram ontem, perto do palácio real em Banguecoque, uma placa na qual se podia ler que a Tailândia pertence ao povo e não ao rei, num desafio à monarquia, um assunto proibido no país.
Milhares de pessoas exigiram, no centro da capital, mais democracia, uma reforma constitucional, a dissolução do Parlamento e a demissão do Primeiro-Ministro. Muitos reclamaram também uma reforma da realeza.
O protesto antigovernamental, liderado por estudantes, começou no sábado e juntou, ontem, várias dezenas de milhares de pessoas ao fim do dia, na maior concentração desde o golpe de Estado de 2014 que colocou no poder o chefe do Governo e general na reserva, Prayut Chan-O-Cha, legitimado posteriormente em eleições controversas.
A placa foi erguida em Sanam Luang, uma praça próxima do Grande Palácio real, para assinalar a revolução de 1932, que mudou a
Tailândia de uma monarquia absolutista para uma monarquia constitucional.
"Na madrugada de 20 de Setembro, neste local, o povo proclamou que este país pertence ao povo", dizia a inscrição na placa.
Em Abril de 2017, pouco depois de Maha Vajiralongkorn ter subido ao trono em 2016, a placa que assinalava, na mesma praça, o fim da monarquia absolutista em 1932, desapareceu e foi substituída por uma em defesa da monarquia.
"A nação não pertence a ninguém, mas a todos nós", sublinhou Parit Chiwarak, uma das figuras da contestação, perante a multidão. "Abaixo o feudalismo, viva o povo", acrescentou. Um outro activista, Panusaya Sithijirawattanakul, afirmou que as exigências apresentadas não pretendem o fim da monarquia. "São propostas com boas intenções para que a instituição da monarquia continue graciosamente acima do povo sob um regime democrático.