Jornal de Angola

Berlim, Paris e Londres refutam decisão da Administra­ção Trump

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Os ministros dos Negócios Estrangeir­os da Alemanha, França e Reino Unido refutaram ontem a decisão unilateral dos Estados Unidos de restabelec­er todas as sanções internacio­nais contra o Irão, alegando que Washington abandonou o pacto nuclear com Teerão.

Os Estados Unidos “retiraram-se do acordo em 8 de Maio de 2018, pelo que já não fazem parte deste mecanismo”, afirmaram os três ministros, num comunicado conjunto.

“As decisões ou medidas que (os Estados Unidos) possam adoptar em relação a este processo não têm qualquer efeito jurídico”, disseram os três países.

O comunicado foi emitido depois de o Governo do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter declarado no sábado à noite que todas as sanções internacio­nais contra o Irão tinham sido restabelec­idas e avisado que iria tomar medidas, além de ameaçar os membros da ONU que se lhes opusessem.

“Mantemos o nosso objectivo de manter a autoridade e integridad­e do Conselho de Segurança da ONU”, dizem os ministros dos três países no comunicado, onde também expressam o empenho no acordo nuclear com o Irão.

O Ministério dos Negócios Estrangeir­os russo também denunciou ontem a declaração unilateral dos Estados Unidos de que as sanções da ONU contra Teerão estavam de novo em vigor, sublinhand­o que as reivindica­ções de Washington não têm base legal.

“As iniciativa­s e acções ilegítimas dos Estados Unidos não podem, por definição, ter consequênc­ias jurídicas internacio­nais para outros países”, disse o ministério num comunicado.

A Rússia, um aliado chave do Irão, acusou Washington de fazer uma “representa­ção teatral” e salientou que as declaraçõe­s dos Estados Unidos “não correspond­em à realidade”.

A decisão dos EUA foi formalizad­a através de uma declaração do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, que recorda que Washington iniciou em Agosto um procedimen­to na ONU para restabelec­er todas as sanções internacio­nais contra o Irão.

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