Cidade do Huambo celebra hoje 108 anos desde a elevação a distrito
A história da cidade regista duas datas relevantes: o dia em que doi elevada à categoria de cidade, em 8 de Agosto de 1912, e o 21 de Setembro do mesmo ano, quando a própria cidade foi inaugurada
A capital do Planalto Central comemora hoje 108 anos desde que foi inaugurada como cidade pelo então governador-geral da então província de Angola, general José Maria Mendes Ribeiro Norton de Matos.
A implantação da urbe, que até à Independência se chamava Nova Lisboa, coincidiu com a realização da primeira viagem do comboio dos Caminhos-de-Ferro de Benguela (CFB), que trouxe a bordo Norton de Matos, facto que marcou a inauguração e a abertura da linha-férrea que ligava o Huambo à cidade do Lobito.
A história da cidade regista duas datas relevantes: o dia em que foi elevada à categoria de cidade, em 8 de Agosto de 1912, através da portaria 1040, assinada pelo general Norton de Matos, o 21 de Setembro de 1912, altura da inauguração da própria cidade, cuja cerimónia decorreu ao lado da actual Biblioteca Municipal Constantino Kamoli, onde foi proclamada e entregue a chave ao presidente da Câmara Municipal, como símbolo de desenvolvimento.
O Huambo, segundo o historiador Venceslau Kassesse, “é uma cidade que nasceu para ser cidade”, não necessitando de evoluir para esta categoria devido à posição geo-estratégica que ocupa no país, ou seja, constitui o ponto de cruzamento de toda a rede de comunicação terrestre do Norte ao Sul, do Leste ao Oeste.
O nascimento do Caminho-de-Ferro de Benguela em 1903, na cidade do Lobito, além de servir para o escoamento de produtos para outros pontos de África, visava, igualmente, evacuar a mão-de-obra barata para diferentes pontos do mundo. Por isso, explicou o historiador, “era necessário haver uma grande cidade, no caso o Huambo, capaz de dar resposta a todas as acções do regime português”.
Infra-estruturas da cidade
Em termos de infra-estruturas, o destaque recai para o Palácio do Governador que, à época, era designado, em umbundu, “Ombongue yewe”, que significa, em português, “palácio de pedra”, tendo sido construído de 1939 a 1945 com mão-de-obra local, com pedra e cimento essencialmente, tornandose uma estrutura magnífica e robusta, num claro sinal visionário de projecção da cidade do Huambo para a futura capital de Angola.
Os empreendimentos imponentes que albergam actualmente as sedes do Governo da província, BNA, Comité Provincial do MPLA, Delegação da Agricultura,
Mercado Municipal, Arcebispado, entre outras infraestruturas, foram construídas naquela época. O edifício das Confecções “Nova York”, que produzia e vendia todo o tipo de roupas de marca “Sete-e-Meio”, cuja matéria-prima era proveniente da cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, faz parte do leque de estruturas majestosas erguidas no tempo colonial.
Na parte Alta da Cidade, entre os primeiros edifícios definitivos que foram construídos, destacam-se a Biblioteca Constantino Kamoli, que funcionou como Câmara Municipal, o Centro Médico da Polícia Nacional, que era a primeira residência dos padres, e o Museu Provincial, que era a casa-depassagem dos Serviços de Telecomunicações.
O prédio Verde, junto ao Mercado Municipal, seria um casino hotel de cinco estrelas, plantado num vasto espaço para se tornar ponto turístico no centro da cidade. O projecto ia da lagoa à estufa-fria, mas as obras não foram concluídas até hoje.