“Negros assimilados” notabilizados em vários sectores da sociedade
Nos bairros
Canhe e Rua do Comércio surgiram várias personalidades, conhecidas por “negros assimilados”, que se notabilizaram em vários ramos, como no Comércio, Agricultura, Desportos e Música.
No bairro de São João, apontou o historiador Venceslau Kassesse, destaca-se a figura do mais-velho Carinone, que ainda está em vida. No tempo colonial ele tinha poder económico, conduzia carros topo de gama, como Citroen, ombreava com muitos comerciantes e empresários portugueses, inclusive ofereceu um autocarro à Administração Portuguesa do Huambo.
O ancião Sukumulã, que tinha dezenas de carroças, foi outra figura que deu grande contributo na fase da construção da cidade, apoiando na transportação de pedras a partir da localidade de Ngongoinga, para a edificação de diversas infra-estruturas.
No bairro Benfica, são apontados os senhores Kalukango e Simão Victor, comerciantes, que, com o seu saber, ajudaram a desenvolver a cidade do Huambo. No Canhe, o maisvelho Sekepa é outra figura incontornável que contribuiu para o crescimento da cidade.
No campo desportivo, destacam-se as figuras de Chimalanga, a família Arlindo Leitão, que movimentavam o Mambrôa do Huambo, assim como o avançado Lutucuta, irmão do antigo ministro da Agricultura Gilberto Buta Lutukuta, e tio da actual ministra da Saúde, futebolistas que brilharam no Benfica do Huambo.
Na área da política, o nome de Albano Machado, a quem coube a homenagem ao aeroporto do Huambo, é uma referência. Na cultura, o escritor Constantino Kamoli, cujas acções revolucionárias e académicas fizeram-se sentir no tempo colonial, notabilizouse por ajudar a “cimentar” a cidade do Huambo. Na música, Lino Pessela e Tchinina são outras referências.
A nível religioso, sobressai o nome do arcebispo emérito do Huambo, Dom Francisco Viti, que, antes de ser padre, já era defensor dos direitos dos nativos e protagonista de muitos empreendimentos sociais a favor dos negros. Muita gente formou-se nas escolas criadas por ele na província depois da independência do país.
A ilustre Nohito, que se destacou como terapeuta tradicional, com poder de cura e tornar a vida próspera, faz parte do leque de figuras notáveis da cidade do Huambo. Os seus serviços tinham a adesão de muitos portugueses e negros locais. Ela tinha também a fama de ser uma boa conselheira.
Aeroporto do Huambo
O aeroporto do Huambo, antes designado de Nova Lisboa, funcionava desde 1920 no bairro da Aviação, no sector Comandante Nzagi. Antes albergava aeronaves de pequeno porte. Depois da Independência passou a ser chamado Aeroporto Albano Machado.