Os governantes, os governados e a crise económica e social
Governar implica o conhecimento dos problemas dos governados, para que estes possam ser resolvidos com celeridade, para a satisfação de necessidades colectivas.
Os governados cobram permanentemente aos governantes o cumprimento das suas promessas eleitorais, pelo que faz sentido que os servidores públicos legitimados pelos cidadãos nas urnas em eleições estejam sempre atentos aos fenómenos que ocorrem na sociedade, em particular os que têm a ver com as condições de vida das pessoas.
Quem ganha eleições e conquista o direito de governar por um certo período deve estar consciente de que tem um mandato para exercer o poder em prol da promoção do bem comum.
O exercício do poder pelos governantes, depois da legitimação nas urnas pelos eleitores, deve ser encarado como um processo que deve vincular os servidores públicos a práticas centradas na resolução dos problemas do povo.
Para os governantes, não deve bastar só a legitimidade que decorre dos votos colocados nas urnas pelos eleitores, os quais garantem a conquista do poder. Os governantes devem também preocupar-se com a legitimidade de exercício do poder. Nós explicamos: um governante, depois de ganhar eleições, deve exercer o poder de modo a que os seus actos correspondam às aspirações dos que o elegeram, se quiser ganhar as eleições seguintes.
É pois correcto e aconselhável, para quem se quer manter no poder, que ouça com paciência a sociedade, nunca se cansa de procurar saber das preocupações da sociedade, em quaisquer circunstâncias, e sobretudo em situações de crise. .
Há um provérbio de um país nórdico, segundo o qual, o governante que não souber ouvir terá dificuldade em servir bem as pessoas que governa.
Há várias formas de os governantes interagirem com os governados, havendo modelos que podem servir ao nosso país. O importante é que se evitem muros entre governantes e governados, devendo os servidores públicos eleitos estarem disponíveis para auscultar os cidadãos, em particular em momentos de crise como a que estamos a atravessar.
Vários governos do mundo criaram conselhos científicos parta lidar com os problemas económicos e sanitários decorrentes da pandemia da Covid-19.Os políticos não devem pensar, no actual contexto de crise económica e sanitária, que são auto-suficientes e que podem dispensar as vozes dos diferentes sectores da sociedade.
A pandemia gerou graves problemas económicos e sociais e importa que o governantes criem mecanismos de interacção regular com a sociedade para que esta possa também contribuir para os mitigar.