Chefe de Estado pede maior responsabilidade
O Presidente de São Tomé e Príncipe empossou os novos membros do Governo a quem pediu um “maior sentido de responsabilidade” no desempenho das suas funções
O Presidente são-tomense, Evaristo Carvalho, pediu, ontem, ao Governo, um maior “sentido de responsabilidade e seriedade” de forma a fazer face às “fraquezas internas” e responder aos “compromissos com os parceiros bilaterais e multilaterais”.
“Gostaria de chamar a atenção de todos os membros deste Governo, particularmente ao senhor PrimeiroMinistro, para que no vosso desempenho tenham sempre presente o sentido de grande responsabilidade e seriedade em todas as acções governativas, tendo em vista as nossas fraquezas internas e os compromissos bilaterais e trilaterais”, disse Evaristo Carvalho, citado pela Lusa.
O Chefe de Estado falava na cerimónia de posse dos novos membros do Executivo, que decorreunosalãonobredoPalácio Presidencial, em São Tomé. Edite dos Ramos Tem Jua, Cílcio Pires dos Santos e Aerton do RosárioCrisóstomoforaminvestidos,respectivamente,noscargos de ministra dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades, dos Assuntos Parlamentares, Reforma do Estado e Descentralização e do Turismo e Cultura. Eugénio Vaz do Nascimento tomou posse como secretário de Estado das Obras Públicas, Ambiente e Ordenamento do Território.
“Durante a minha vida política,pugnei-meporumtrabalho sério, responsável e honesto, dentro de um ambiente de cooperação, tranquilidade, coesão social, ponderação e estabilidade”, lembrou Evaristo Carvalho, num curto discurso de pouco mais de dois minutos.
O Chefe de Estado lembrou que, por ocasião da celebração da festa nacional, em 12 de Julho passado, lançou um apelo “para se chegar a um entendimento nacional com vista à definição de um plano de desenvolvimento futuro” para a sociedade são-tomense, apelando ao Governo para trabalhar “com ponderação e muita cooperação para o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe”.
O Primeiro-Ministro, Jorge Bom Jesus, considerou a remodelação do Governo como “um processo normal, sem dramas depois de mais de um ano e meio de desgaste inerente ao próprio processo de governação”. “As permanências, as saídas, as entradas e as reafectações fazem parte deste processo, sobretudo porque nós quisemos reajustar a estrutura, os carretos do sistema, à nova dinâmica social, cultural, política e financeira nesse processo de retoma da Covid-19”, disse Jorge Bom Jesus.
Uma nova dinâmica na Governação
O Chefe do Governo explicou que esta remodelação surgiu no âmbito de “uma nova dinâmica para se poder resolver os problemas mais candentes do povo de São Tomé e Príncipe, sobretudo melhorando os padrões de vida do povo”.
Jorge Bom Jesus expressou “gratidão pelo trabalho prestado” aos membros “que saem” do Executivo e prometeu trabalhar com outros órgãos de soberania para a “estabilidade política, governativa e a paz social para tirar o país da situação em que se encontra”.
“O eterno recomeço não traz benefícios para ninguém”, disse o Primeiro-Ministro, que se comprometeu a “garantir um relacionamento institucional saudável com todos os órgãos de soberania, em particular o Presidente da Republica”. “Nós precisamos de dar uma imagem de políticos com toda a responsabilidade, até porque precisamos de defender a imagem de São Tomé e Príncipe”, disse Jorge Bom Jesus.
O governante considerou ser necessário “tirar ilações desta crise política”, que classificou como uma oportunidade: “Acaba por ser geradora de oportunidades para que possamos repensar as nossas condutas em termos de relacionamento futuro”.
A remodelação governamental ocorreu depois de o Executivo ter retirado a confiança política ao procuradorgeral da República, Kelve Nobre de Carvalho, motivando duras críticas do Presidente sãotomense, que exigiu ao Governo a sua “retratação imediata”.