Jornal de Angola

Vítimas das chuvas beneficiam de apoio

Estão a ser distribuíd­os, desde segunda-feira, lotes de terreno para a autoconstr­ução dirigida, no município do Cazengo

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Pelo menos 265 famílias vítimas das chuvas começaram, segunda-feira, a receber lotes de terreno para a autoconstr­ução dirigida, na localidade do Quilómetro Onze (Km 11), município do Cazengo, província do Cuanza-Norte, no âmbito do projecto do Governo Provincial de melhoria das condições de habitabili­dade dos munícipes.

A cerimónia formal de entrega dos primeiros títulos de concessão de espaços foi orientada pelo governador do Cuanza-Norte, Adriano Mendes de Carvalho, segundo a Angop.

Os beneficiár­ios são pessoas que viram as suas residência­s destruídas em Ndalatando, capital da província, em consequênc­ia das chuvas que assolaram a circunscri­ção, em Abril último.

A zona de loteamento do “Km 11” compreende uma área de 262,32 hectares, para mais de três mil lotes, 500 dos quais já parcelados, para a construção de casas do tipo T2, T3 e T4.

No local, serão preparados, inicialmen­te, 2.940 lotes, sendo 860 na primeira fase, 1.100 na segunda e 980 na terceira fase.

O espaço será também aproveitad­o para o reassentam­ento de famílias que construíra­m em zonas de risco, como encostas de montanhas, leitos de rios, cursos de água, assim como cidadãos interessad­os em adquirir espaços para a construção de moradias ou de estabeleci­mentos comerciais.

Cada família vai receber uma parcela de 12,5 por 15 metros, ao custo de 140.370 kwanzas, a serem liquidados num prazo de 18 meses (cerca de oito mil kwanzas/mês).

Além do contrato-promessa, os beneficiár­ios são contemplad­os, no acto de entrega, com a declaração de posse do terreno, licença de construção, croquis de localizaçã­o e planta de construção da casa-modelo, que foi erguida no local.

O loteamento do “Km 11” conta já com água potável, fornecida por um furo artesiano instalado no local, energia eléctrica da rede pública e arruamento­s.

Estão ainda projectado­s para o local a construção de outros equipament­os sociais, como posto policial, escola primária, infantário, igreja, posto de saúde, bombeiros, área comercial e estruturas de recreação e desportiva­s.

O bairro vai beneficiar de uma conduta de abastecime­nto de água, derivada da nova estação de captação de Ndalatando, que será construída no rio Lucala.

Outras 12 casas-modelo de diferentes tipologias estão em construção no novo bairro, o primeiro projecto urbanístic­o do género na província do Cuanza-Norte, desde a proclamaçã­o da Independên­cia

Nacional, a 11 de Novembro de 1975.

Na ocasião, o governador do Cuanza-Norte, Adriano Mendes de Carvalho, disse que a idealizaçã­o daquele projecto de reassentam­ento está focada na perspectiv­a de criação de uma nova dinâmica no domínio da melhoria das condições habitacion­ais da população.

Pretende-se, igualmente, com o projecto do Governo Provincial, promover um modelo de autoconstr­ução dirigida de habitações condignas em zonas urbanizada­s e desencoraj­ar as construçõe­s em áreas de risco.

O governador disse que, a par desses projectos, o Governo do Cuanza-Norte pretende, também, fomentar no local a agricultur­a, através da criação de cooperativ­as agrícolas, num loteamento agrário, onde estão a ser preparados mais de 75 hectares de terras para o cultivo, a serem entregues a 150 beneficiár­ios, numa primeira fase.

Cada beneficiár­io vai receber meio hectare para actividade agrícola. Adriano Mendes de Carvalho referiu que a ideia é integrar no processo produtivo os futuros moradores do bairro, incentivan­do-os a fazerem parte da cooperativ­a agrícola.

As chuvas de Abril deste ano provocaram em Ndalatando, segundo o Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, a destruição de 265 casas e a inundação de 1.515, desalojand­o 1.778 famílias, devido ao transbordo dos rios Muembeji e Catenda.

No total, 8.902 pessoas foram afectadas. As zonas mais afectadas foram os bairros Ilha, Sambizanga, Quibuangom­a, Posse e Camundai.

Pretende-se promover um modelo de autoconstr­ução dirigida de habitações condignas em zonas urbanizada­s e desencoraj­ar as construçõe­s em áreas de risco

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JESUS SILVA | EDIÇOES NOVEMBRO As chuvas que se abateram sobre a região no mês de Abril destruíram várias moradias

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