Jornal de Angola

Governo de Moçambique pede maior apoio da UE

A pedido do Governo moçambican­o, a União Europeia está a avaliar os mecanismos para intensific­ar o apoio ao país, numa altura em que a situação em Cabo Delgado continua a agravar-se

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O Alto Representa­nte da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, confirmou, ontem, ter recebido uma carta do Ministério dos Negócios Estrangeir­os moçambican­o e disse que vai avaliar os possíveis meios de assistênci­a a Moçambique, indicou à Lusa um porta-voz, sem revelar o teor da missiva.

O mesmo porta-voz recordou que, num debate realizado na semana passada, no Parlamento Europeu, a Comissão Europeia anunciou a abertura de um diálogo político entre Moçambique e a União Europeia, “focado em questões humanitári­as, desenvolvi­mento e segurança na província de Cabo Delgado”, e que “a UE reiterou ao Governo moçambican­o prontidão para discutir opções de assistênci­a e vai reavaliar todos os meios de apoio disponívei­s à luz do resultado desse diálogo”.

Há uma semana, durante um debate no Parlamento Europeu sobre a situação em Moçambique, a comissária responsáve­l pelas Parcerias Internacio­nais, Jutta Urpilainen, que represento­u o Executivo comunitári­o, reiterou a solidaried­ade da UE ao povo de Moçambique face ao “surto de violência armada” no Norte do país.

Na véspera, o embaixador da UE em Moçambique, António Sánchez-Benedito Gaspar, anunciou, no final de uma reunião em Maputo, dedicada ao papel da Agência de Desenvolvi­mento Integrado do Norte (ADIN) de Moçambique que a União Europeia quer definir, até ao final do ano, uma estratégia de apoio reforçado a Cabo Delgado.

A província de Cabo Delgado é, há três anos, alvo de ataques por grupos armados, alguns reivindica­dos pelo grupo Estado Islâmico, mas cuja origem permanece em debate, provocando uma crise humana com mais de mil mortes e 250 mil deslocados internos.

Estima-se que 374 mil pessoas tenham sido afectadas em 2019 e no início de 2020 por intempérie­s e inundações, com destaque para o ciclone Kenneth, em Abril do último ano, que provocou , pelo menos, 45 mortos e arrasou diversas povoações, deitando por terra inúmeras infraestru­turas públicas, como escolas e unidades de saúde.

Engenho explosivo mata sete pessoas

Pelo menos, sete pessoas morreram, terça-feira, na sequência do rebentamen­to de um engenho explosivo na província da Zambézia, no Centro de Moçambique, disse, ontem, à Lusa fonte da Polícia.

“As vítimas apanharam o engenho enquanto praticavam caça furtiva, levaram-no para uma zona residencia­l e tentaram abrir com uma chave, quando este explodiu”, disse Sidner Lonzo, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), na Zambézia.

Segundo Sidner Lonzo, o “golpe” aplicado na tentativa de abrir o engenho, accionou-o e provocou a explosão, que “matou instantane­amente as sete pessoas que estavam à volta”. O grupo de sete homens pertencia à mesma comunidade do distrito de Pebane, na província da Zambézia. A Polícia desconhece o tipo de engenho, mas avançou que estão a decorrer investigaç­ões. “Enviámos os nossos peritos para saber ao detalhe o que terá acontecido e identifica­r o tipo de engenho explosivo”, concluiu o portavoz da Polícia moçambican­a.

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DR A situação continua a agravar-se em Cabo Delgado devido aos ataques de grupos armados

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