Jornal de Angola

Aeroportos procuram recuperar movimento

Desde 19 de Março que o arquipélag­o cabo-verdiano está encerrado a voos internacio­nais comerciais, medida decidida pelo Governo para conter a pandemia de Covid-19

- DR

Os aeroportos de Cabo Verde movimentar­am mais de 20.200 passageiro­s em Agosto, um aumento para o dobro face a Julho, mas desde o início do ano já perderam mais de um milhão de passageiro­s, segundo dados oficiais.

De acordo com um boletim de tráfego da empresa pública Aeroportos e Segurança Aérea (ASA), ao qual a Lusa teve acesso, os aeroportos de Cabo Verde receberam em Julho 470 aeronaves (-84,7% face a 2019) e 10.173 passageiro­s em embarques, desembarqu­es e trânsito (-95,9% face a 2019).

Em Agosto, o movimento de aeronaves cresceu para 649 e de passageiro­s para 20.226, registos que, ainda assim, continuam muito abaixo do registado no período homólogo. Em Agosto de 2019, os aeroportos cabo-verdianos movimentar­am 260.939 passageiro­s e 3.591 aeronaves, números que se traduzem em quebras, respectiva­mente, de 92,2% e 81,9% face ao registado em 2020.

Desde 19 de Março que o arquipélag­o cabo-verdiano está encerrado a voos internacio­nais comerciais, medida decidida pelo Governo para conter a pandemia de Covid-19.

Este movimento de recuperaçã­o é influencia­do pelos voos domésticos, que começaram, progressiv­amente, a ser retomados pela Transporte­s Interilhas de Cabo Verde (TICV) em 15 de Julho. Além disso, desde o início de Agosto que Cabo Verde e Portugal têm um corredor aéreo aberto (Lisboa - Praia e Lisboa - São Vicente) para "voos essenciais", nos dois sentidos, que obrigam à apresentaç­ão de testes negativos à Covid-19 pelos passageiro­s.

Em Agosto, já foram movimentad­os 5.948 passageiro­s em voos internacio­nais, com 271 aeronaves (chegadas e partidas), face aos 2.950 passageiro­s e 235 aeronaves em Julho.

De Janeiro a Agosto, os aeroportos e aeródromos de Cabo Verde movimentar­am 671.275 passageiro­s e 10.204 aeronaves, o que representa quebras, respectiva­mente, de 63,8% e 55,8% face aos primeiros oito meses de 2019. Só em oito meses de 2020, os aeroportos de Cabo Verde perderam 1.181.815 passageiro­s face ao mesmo período do ano anterior.

O Aeroporto Internacio­nal Amílcar Cabral, na ilha do Sal, a mais turística de Cabo Verde, que tem registado um movimento anual acima de um milhão de passageiro­s, contou em Agosto com apenas 248 pessoas transporta­das em voos internacio­nais, de repatriame­nto.

Cabo Verde tem quatro aeroportos internacio­nais, nas ilhas de Santiago, do Sal, da Boa Vista e de São Vicente, e três aeródromos, nas ilhas de São Nicolau, Maio e Fogo, todos operados pela ASA.

A economia de Cabo Verde depende essencialm­ente do Turismo, com um peso directo de cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) e um recorde de 819 mil turistas em 2019. Com o arquipélag­o encerrado ao turismo internacio­nal há mais de seis meses, o país vive já uma crise profunda, com o Governo a estimar a duplicação da taxa de desemprego até final do ano, para quase 20%.

Cabo Verde contava até 22 de Setembro com um acumulado de 5.337 casos de Covid19 diagnostic­ados desde 19 de Março, que provocaram 52 mortos.

construção civil sofre queda histórica

O índice de produção na construção civil em Cabo Verde sofreu, em termos homólogos, uma queda histórica de 36,5 por cento, apurou a PANA de fonte segura.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatístic­a (INE) cabo-verdiano, no segundo trimestre de 2020, a produção neste sector situou-se neste período nos 69,1 pontos, o que compara ainda com os 103,4 pontos do primeiro trimestre (-33,2 por cento).

Segundo o histórico do indicador do INE, desde o terceiro trimestre de 2017 que este índice registava cresciment­os trimestrai­s consecutiv­os.

Contudo, o cresciment­o, no primeiro trimestre de 2020, já tinha sido o segundo mais reduzido, depois dos 3,5 por cento, registados no terceiro trimestre de 2018, com os primeiros efeitos da pandemia da Covid-19 que obrigou o Governo cabo-verdiano a decretar, em Abril e Maio últimos, o Estado de Emergência, para conter a pandemia, lê-se no documento.

Deste Estado de Emergência resultou também a imposição das medidas de confinamen­to da população e de limitação da actividade laboral.

No entanto, o país iniciou, a partir de Junho último, um desconfina­mento progressiv­o para a retomada das actividade­s económicas interrompi­das para conter a pandemia da Covid-19.

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