Expectativas defraudadas
O Serviço Provincial do INAC na Lunda-Norte previa que as restrições impostas pela pandemia da Covid-19 resultassem na redução da exploração do trabalho infantil, principalmente a venda ambulante.
“Temos consciência que o número aumenta a cada dia. Esperávamos que nessa fase da pandemia o envolvimento de crianças na venda ambulante fosse reduzir, mas está a acontecer exactamente o contrário”, lamentou Madalena Alentejo.
Além da venda ambulante, a chefe provincial do INAC na Lunda-Norte mencionou os recorrentes relatos que, na época de Cacimbo, muitas crianças são utilizadas pelos adultos, até mesmo os próprios familiares directos, para produção e transporte de adobes usados na construção de casas precárias.
“Não obstante as acções de sensibilização desenvolvidas pela Rede Local de Promoção e ProtecçãodosDireitosdaCriança, e outras instituições, muitos adultos insistem em incentivar as crianças a desenvolver actividadesquepornorma são reservadas aos adultos”, afirmou.
Entretanto, um inquérito feito pelo INAC, em parceria comalgumasorganizações não-governamentais, concluiuqueemmuitos casos os próprios familiares é que mandam as crianças para vender na rua, denunciou Madalena Alentejo, salientado que a par da pobreza o comodismo tomou conta de muitos encarregados de educação.