Agências da ONU pedem mais acção contra informação falsa
A Organização Mundial de Saúde e as Nações Unidas apelaram ontem para que os países combatam a disseminação de ideias falsas sobre a Covid-19, pretendendo ganhar “a confiança do público” numa vacina que venha a surgir.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou, num seminário realizado pela Internet, que “mensagens incorrectas e até perigosas proliferaram sem controlo nas redes sociais, confundindo as pessoas, enganando-as e levando-as a agir imprudentemente”, referindo-se ao que a OMS tem chamado de “infodemia”.
A ONU quer “aumentar a confiança do público na segurança e eficácia de futuras vacinas para a Covid-19”, assumiu Guterres.
O secretário-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, salientou que “a informação incorrecta e a desinformação põem saúde e vidas em risco e minam a confiança na ciência, nas instituições e nos sistemas de saúde”.
“Para combater a pandemia, precisamos de confiança e solidariedade. Quando não há confiança, há muito menos solidariedade”, acrescentou.
A OMS e outras agências das Nações Unidas apelaram às nações para ouvirem os seus cidadãos, ao mesmo tempo que criam planos nacionais de ação contra a informação falsa sobre a Covid-19.
O director do África CDC destacou ontem a descida de novos casos de Covid19 em três regiões africanas, mas mostrou-se cauteloso sobre a existência de uma tendência consolidada global de recuo da pandemia em África.
“Nas últimas quatro semanas, mantém-se uma tendência de decréscimo de novos casos em três regiões: África Oriental (-15%), África Ocidental (14%) e África Austral (-11%)”, disse John Nkengasong.
O director do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC) falava, a partir de Adis Abeba, durante a conferência de imprensa semanal sobre a evolução da pandemia de Covid-19 no continente.
“As tendências parecem estar a manter-se e a mensagem por detrás destes números é que as medidas de saúde pública (máscaras, aumento de testes, monitorização de contactos e aumento de medidas de higiene) estão a funcionar”, sublinhou.
Assinalou, por outro lado, o aumento no número de novos casos no mesmo período na África Central (+56%) e no Norte de África (+14%). John Nkengasong ressalvou que, no caso da África Central, o expressivo aumento está sobretudo relacionado com a forma cumulativa como os casos são reportados ao África CDC.
Questionado pela agência Lusa sobre se é possível falar numa tendência consolidada de descida na globalidade do continente, o director do África CDC aconselhou prudência numa “leitura extrapolada” dos dados e alertou para os riscos de “ser demasiado optimista e descurar as medidas de saúde pública” no combate ao novo coronavírus.
“Num continente de 1,2 mil milhões de pessoas e 55 estados membros, se agregamos os dados temos uma tendência global de descida de novos casos entre 10 e 12 por cento nas últimas semanas. Mas temos de ser muito cautelosos nesta leitura e começar a olhar para os números por região e até por país”, disse.
“Não podemos valorizar ou interpretar demasiado essa tendência, porque, se analisarmos as regiões, constatamos