Novas infecções diminuem em África
“As tendências parecem estar a manter-se e a mensagem por detrás destes números é que as medidas de saúde pública (máscaras, aumento de testes, monitorização de contactos e aumento de medidas de higiene) estão a funcionar”, sublinhou o director do África
que há um aumento de 14% no Norte de África, muito por causa dos novos casos em Marrocos, Líbia e Tunísia”, acrescentou.
Estes três países juntamente com a África do Sul e a Etiópia foram os que registaram maior aumento de novos casos de Covid-19 na última semana.
“Temos de ser muito cautelosos para não exagerar alguns sucessos. Vimos essas tendências na Europa e nos Estados Unidos, os números estavam a descer e agora estamos a ver novamente aumentos significativos”, apontou.
Insistiu, por isso, na necessidade de, à medida que o continente alivia as restrições e se começa a viajar mais, intensificar as medidas de saúde pública recomendades pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
O continente africano regista 1.429.360 casos acumulados de Covid-19, 34.836 mortes e 1.175.353 doentes recuperados, que representam 5.4% dos casos da doença em todo o mundo e 3.6% das mortes.
Desde o início da pandemia,
Fevereiro, a OMS já se encontrava a trabalhar com os vários Governos e parceiros para “aumentar a preparação e capacidade de resposta à Covid-19 e a outras doenças infecciosas”.
“A partir de Março, os governos implementaram rapidamente restrições à circulação, o que criou uma janela de oportunidade para manter baixo o número de casos e reforçar a capacidade de resposta da saúde pública”, prosseguiu.
Moeti deixou, contudo, um aviso: “No futuro, os países devem continuar a reforçar os dados e a informação, a implementação dos principais instrumentos de vigilância, testes, isolamento e rastreio de contactos em matéria de saúde pública”.
Para Sam Agatre Okuonzi, médico no Hospital de Arua, uma unidade de saúde de referência no Uganda, as piores previsões que no início da pandemia causaram o pânico no país não se confirmaram.
O clínico diz que é várias vezes confrontado com perguntas o continente tem mantido uma taxa média de 2.4% de letalidade associada à doença e de 82% de recuperação de infecções.
Cerca de 70% dos casos registados no continente estão concentrados em apenas cinco país: África do Sul (47%), Egipto (7%), Marrocos (5%), Etiópia (5%) e Nigéria (4%). Angola (3,6%) mantém-se entre os 10 países africanos com uma taxa de mortalidade superior à taxa média global de 3,1%.
Durante a conferência, o director do CDC estabeleceu como objectivo aumentar para 20 milhões o número de testes à Covid-19 no continente até final de Outubro e anunciou um primeiro envio de 1.4 milhões de testes rápidos para 20 países.
“É uma meta realista e ambiciosa. Temos de atingir essa meta para nos anteciparmos à curva”, disse. Anunciou ainda o arranque, no terreno, de um estudo em larga escala na África do Sul, Gabão, Costa do Marfim, Nigéria e República Democrática do Congo, para “avaliar a percepção e reação das populações a uma eventual vacina” para a Covid-19.
sobre o que protege o continente nesta pandemia, avançando que existem várias explicações, da temperatura à altitude, passando pelos comportamentos das populações, a sua idade, entre muitas outras hipóteses, nenhuma confirmada.
Neste encontro virtual participaram igualmente Francisca Mutapi, professora de Saúde Global, Infecção e Imunidade na Universidade de Edimburgo, e Mark Woolhouse, professor de epidemiologia de doenças infecciosas no Instituto Usher na Faculdade de Medicina e Medicina Veterinária da Universidade de Edimburgo.
O primeiro caso de Covid19 em África surgiu no Egipto em 14 de Fevereiro e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 do mesmo mês.
A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 971.677 mortos e mais de 31,6 milhões de casos de infecção em todo o mundo.