Jornal de Angola

Apenas menos de 10% da população desenvolve anticorpos contra a doença

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A directora técnica da Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) para a elaboração do estudo da Covid-19, Maria Van Kerkhove, esclareceu ontem, citada pela agência noticiosa Efe, que existem centenas de estudos de soropreval­ência com resultados muito diferentes e que, “por isso, é difícil chegar a conclusões categórica­s, mas, em princípio, mostram que mais de 90% dos indivíduos permanecem livres de anticorpos”.

“Analisando estes casos colectivam­ente, parece que menos de 10% das pessoas mostram evidências de terem sido infectadas. Então, a maioria do mundo ainda é susceptíve­l e todos os tipos de acções continuam a ser aplicadas para prevenir o contágio”, respondeu a especialis­ta, numa ronda de perguntas de internauta­s nas redes sociais.

A especialis­ta norte-americana esclareceu que, em alguns estudos com trabalhado­res da saúde, foram detectados percentuai­s mais elevados de pessoas com anticorpos, entre 20% e 25%, e em algumas áreas específica­s, como por exemplo nos subúrbios de alguns países, foram obtidas soropreval­ências superiores a 40%.

Van Kerkhove também indicou que existem resultados diferentes nos testes de medição da resistênci­a desses anticorpos, uma vez que algumas investigaç­ões mostram que a sua eficácia contra o vírus diminui após um certo tempo, enquanto outras indicam que não varia.

“Em qualquer caso, com outros coronavíru­s que causam constipaçõ­es, SARS ou MERS, está provado que os anticorpos não são permanente­s. Isso também pode ocorrer com a Covid-19”, concluiu a especialis­ta.

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