Vacina é a varinha mágica
Em Junho
e Julho, a situação não melhorou. Se alguns estados reabriram e outros começaram um percurso gradual nesse sentido, o panorama a nível nacional era mau. No dia 17 de Julho, os EUA bateram um recorde de casos diagnosticados num só dia: 77.638. O uso de máscara era recomendado e o seu uso nos transportes públicos tinha sido aprovado no Congresso.
Desde Abril que Trump vinha desvalorizando o uso de máscara. Só foi visto a usar uma nos bastidores de uma visita a uma fábrica, em 22 de Maio. Em público, nunca surgia com a protecção facial. Pelo contrário, Joe Biden, que se tornaria o candidato oficial dos democratas à presidência, surgia perante os americanos com máscara.
Com mais de seis milhões de casos no final de Agosto, os EUA entravam numa fase complicada, com a disputa eleitoral a ganhar força com a proximidade das presidenciais e os protestos anti-racistas - após a morte de negros pela polícia - a invadirem as ruas. Em Agosto, o contágio começou a diminuir nos Estados Unidos e, neste Setembro, a média diária de infecções e mortes é muito menor. Trump faz comícios em locais fechados, onde as regras sanitárias nem sempre são cumpridas.
Apesar dos números, Trump afinou a sua estratégia para a fase seguinte: a vacina passou a ser a sua varinha mágica. Prometeu que iria estar disponível ainda este ano, o que ainda assegura, embora já admita que só chegará a todos os americanos em Abril de 2021. E mantém o “inimigo externo”: a China foi a causadora de tudo, como agora reafirmou o pedido à ONU para que sancione o país asiático, por não ter alertado para os riscos reais da propagação do novo coronavírus e por ter “ocultado factos relevantes”.