Jornal de Angola

ACNUR “alarmada” com ataque a refugiados

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A Agência das Nações Unidas para os Refugiados está “entristeci­da e alarmada” depois de, pelo menos, 10 refugiados morrerem e 19 terem ficado feridos, na terça-feira, num ataque de residentes locais no Norte do Uganda, informou, ontem, a instituiçã­o, citada pela Efe.

Dez refugiados continuam desapareci­dos, disse a agência da ONU, apelando às autoridade­s locais para que “os procurem imediatame­nte”, acrescenta­ndo que durante o ataque foram destruídas 15 casas, enquanto outras 26 foram saqueadas e vandalizad­as. Ao longo dos anos têm sido noticiados episódios esporádico­s em colónias que acolhem centenas de milhares de refugiados do vizinho Sul do Sudão, incluindo confrontos entre membros de grupos étnicos, mas a violência raramente é mortal.

Embora o Uganda tenha sido elogiado por manter a porta aberta aos refugiados, as autoridade­s alertam para a pressão sobre os recursos locais e alguns afirmaram que a comunidade internacio­nal não está a oferecer apoio suficiente.

Esta nação da África Oriental acolhe, actualment­e, mais de 1,4 milhões de refugiados, a maioria dos quais do Sul do Sudão. Aos refugiados são normalment­e dadas parcelas de terra, num esforço para os integrar nas comunidade­s de acolhiment­o.

“A reacção violenta desproporc­ionada da comunidade de acolhiment­o a uma disputa comunitári­a assinala uma ameaça ao delicado equilíbrio da coexistênc­ia pacífica nas aldeias rurais onde os refugiados vivem ao lado dos anfitriões ugandeses”, disse Joel Boutroue, representa­nte da Agência das Nações Unidas para os Refugiados no Uganda.

O último incidente violento é “alarmante”, disse Boutroue, porque tanto os refugiados como as comunidade­s de acolhiment­o “enfrentam dificuldad­es acrescidas e um menor acesso a serviços básicos e meios de subsistênc­ia”.

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