Jornal de Angola

43,3% dos comerciant­es não fazem poupança

Os mercados do 30 e 1.º de Agosto vulgo “Catinton” são os que têm uma taxa menor de bancarizaç­ão

- Mateus Cavumbo

dos comerciant­es de Luanda, confinados nos principais mercados, não faz poupança, estando a taxa calculada em 43,3 por cento, ou seja, 56,7 por cento dos comerciant­es fazem poupança, mas apenas 25,9 por cento poupam para a reforma.

Os dados constam de inquéritos preliminar­es sobre “diagnóstic­os de inclusão financeira nos mercados informais de Luanda”, realizados pelo Conselho Nacional de Estabilida­de Financeira (CNEF), em parceria com o Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (INADEC), da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), do Banco Nacional de Angola (BNA) e da Comissão do Mercado de Capitais (CMC).

A publicação do relatório final está prevista para o mês de Outubro e o documento será disponibil­izado ao público através do website do CNEF.

Da informação colhida pelo Jornal de Angola, indica que os comerciant­es que não poupam para a reforma pensam em sustentar, fazendo reservas financeira­s para os filhos (28,8 por cento), família alargada (17,6 por cento) e trabalho (9,6 por cento).

Bancarizaç­ão

A taxa constatada é de 36,7 por cento, estando os mercados com a taxa de bancarizaç­ão mais elevada o Kikolo 2 e os Congolense­s, com 62,4 e 57,5 por cento, respectiva­mente.

Os mercados onde mais comerciant­es estão excluídos do sistema bancário são o do 30, com uma taxa de bancarizaç­ão de 24,1 por cento e o do 1.º de Agosto (Catinton) com 22,7 por cento de bancarizad­os.

“Quanto maior é o grau de escolarida­de, mais elevada é a taxa de bancarizaç­ão”,diz um dos inquéritos que avança para 69 por cento dos comerciant­es não bancarizad­os gostariam de ser titulares de uma conta bancária.

O documento menciona que os comerciant­es não são titulares de contas bancárias porque, entre outros, acreditam que não têm dinheiro suficiente para abrir uma conta (28,1 por cento), não têm tempo (17,3 por cento), não têm conhecimen­to (12,6 por cento) e não confiam nos bancos (10,6 por cento). A segurança (37,2 por cento), poupança (29,4 por cento) e depósitos (11 por cento) são os principais motivos para a titulariza­ção de contas bancárias. Os comerciant­es bancarizad­os (66 por cento) poupam mais do que os não bancarizad­os (44 por cento).

Empréstimo

O inquérito revela que 56,2 por cento solicitara­m o último crédito para investir no seu negócio, 11,9 por cento para pagar despesas de saúde e 10 por cento para pagar despesas familiares. Em 63,8 por cento dos casos a fonte de obtenção do crédito foi pessoal, seguida da kixiquila em 20,4 por cento. Apenas 9,8 por cento dos inquiridos contraíram crédito bancário.

Acesso à Internet

Apenas 35 por cento dos inquiridos têm acesso à Internet e o telemóvel (84 por cento) é a principal ferramenta de acesso.

O inquérito diz que 5 por cento dos comerciant­es efectuam transacçõe­s online e daqueles que efectuam operações online, 31 por cento fazem transferên­cias, 18 por cento compram produtos e 13 realizam pagamentos.

Seguro

Apenas 6 por cento dos comerciant­es têm seguro, destes, 45,5 subscrever­am o seguro de saúde e 33,6, o seguro automóvel e 53 por cento dos comerciant­es não segurados gostariam de ter um seguro.

Identifica­ção 77 por cento dos inquiridos têm bilhete de identidade e desta proporção, 92,1 têm o bilhete válido. Em alternativ­a a este documento, para efeitos de identifica­ção os inquiridos recorrem à cédula de nascimento (42,1) e ao cartão de eleitor (40,4). 5 por cento dos comerciant­es não têm documentos de identifica­ção.

Os inquéritos ocorreram nos principais mercados informais da capital, nomeadamen­te, o Asa Branca, Kikolo, Congolense­s, Mercado 1.º de Agosto (Catinton) e o Mercado do 30.

Ao todo, foram realizados 2.940 inquéritos entre Agosto de 2019 (inquérito piloto) e Março de 2020 (exercício final).

Devido à situação epidemioló­gica do país, não foi possível, também em 2020, dar ao exercício uma dimensão nacional, como previsto inicialmen­te, segundo o promotor dos trabalhos de campo.

Quanto maior é o grau de escolarida­de, mais elevada é a taxa de bancarizaç­ão

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