Informalidade africana representa 25 por cento no mundo
A África tem
o maior sector informal no mundo e representa à volta de 20 a 25 por cento da actividade económica em países como as Ilhas Maurícias, África do Sul e Namíbia. Em países como o Benim, Tanzânia e Nigéria, a contribuição do sector informal para a economia é elevadíssima, estando entre os 50 a 65 por cento.
A constatação é do especialista angolano em matéria de segurança marítima, Assis Malaquias, tendo considerado que se os planos forem somente direccionados para o sector formal, os países africanos estariam unicamente a resolver uma fracção do problema.
Questionado se há uma outra saída de a África evitar entrar para um crescente volume de endividamento com instituições creditícias mundiais, disse que sim, mas por via da poupança. “A África perdeu a cultura da poupança. Os altos níveis de consumo e baixíssimos índices de poupança levam directamente ao endividamento. Hoje, em África, o cidadão poupa muito pouco porque o custo de vida vai aumentando rapidamente e os salários são relativamente baixos”, afirmou.
O professor titular e chefe do Departamento de Estudos Globais e Assuntos Marítimos da Universidade do Estado da Califórnia EUA alerta que, antigamente, as crianças tinham os seus mealheiros, e as famílias os seus orçamentos para contabilizar as entradas e as saídas. As administrações públicas sabiam gerir bem os recursos para obter saldos positivos. “Encorajava-se a poupança de várias formas. Entendia-se a equação económica mais básica. Sem poupança, não há investimento e sem investimento não há desenvolvimento”, afirmou, atirando ao continente caso não consiga voltar para a cultura da poupança, “dificilmente se vai desenvolver”. Por outro lado, no seu entender, depender do investimento estrangeiro é um risco muito grande para a África. “Sou proponente do investimento interno proveniente de poupança interna”, defende.
Os altos níveis de consumo e baixíssimos índices de poupança levam directamente ao endividamento
Questionado que tipo de políticas macroeconómicas e de investimento os países africanos devem adoptar, Assis Malaquias avançou que os países africanos deviam começar na esfera de governação, pois, cada dólar que entra para os cofres públicos deve ser usado para melhorar o nível de vida do cidadão.
“Quando a questão da boa governação for resolvida, as questões macroeconómicas são de relativa fácil solução. Em termos de políticas macroeconómicas, sou proponente de libertar as potencialidades internas”.
O professor catedrático sugere a elaboração e implementação de políticas para promover a poupança que sejam transformadas em investimento e políticas fiscais que promovam, tanto a poupança, tanto o investimento.