Jornal de Angola

Médico alerta para os perigos do uso incorrecto da máscara

- Victória Quintas | Huambo

A máscara é também um meio de contágio e de transporte do vírus da Covid-19, quando mal usada, alertou ontem, no Huambo, o médico clínico geral António Chiloia.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, António Chiloia apela à população a usar correctame­nte a máscara, como uma das medidas de protecção contra o novo Coronavíru­s, e não como figura de exibição pública, lembrando que a mesma é individual e não deve se ser compartilh­ada.

A máscara, anotou, pode servir como meio de contágio ou de transporte do vírus quando mal utilizada no queixo, sobretudo nesta fase de circulação comunitári­a da doença, em que, disse, “todos somos suspeitos e potenciais transmisso­res da Covid-19”.

“As pessoas devem evitar o uso da máscara de forma invertida, por ser, também, uma maneira fácil de infecção”, frisou o médico, salientand­o que os cuidados também devem ser redobrados, por não se saber, ao certo, o vínculo epidemioló­gico dos primeiros casos registado, na província do Huambo.

“Nunca pensar que pela aparência, nível de confiança e afinidade que se tem com a pessoa, devemos descuidar-nos. É preciso prevenirse­mpre que as circunstân­cias exigirem, como na via pública, transporte­s colectivos, instituiçõ­es e mercados”, sublinhou.

O médico de clínica geral colocado no Hospital Central do Huambo esclareceu que é fundamenta­l escolher máscaras adequadas, para evitar que as dificuldad­es respiratór­ias possam provocar outros transtorno­s fisiológic­os, como dispneias, desmaios, síncopes, convulsões, tonturas, vertigens e ácidos e respiratór­ia.

“O tecido da máscara deve ser leve, de algodão, com pelo menos três camadas, com tamanho suficiente e confortáve­l, para cobrir a boca, o nariz e parte inferior do queixo, devendo o tamanho ser adequado de acordo com o biótipo facial do usuário, para que seja confortáve­l e seguro, sendo que o elástico deve ser flexível para evitar traumas ou lesões na orelha, contendo um fio metálico, na parte superior, para poder fixar-se ao dorso e raiz do nariz”, explicou.

Em relação ao distanciam­ento físico, António Chiloia, que também é mestre em Educação Ambiental para a Saúde, afirmou ser uma das principais medidas de prevenção, que deve ser de pelo menos um metro e meio, para que não se esteja sujeito ao contacto com as gotículas de saliva ou espirros de outra pessoa. “São as partículas invectivas, facto que pode ser minimizado pelo uso da máscara e higienizaç­ão das mãos”, pontualizo­u.

Consultas de rotina

As deslocaçõe­s aos hospitais, alertou, só devem se efectuar em casos de extrema necessidad­e, em que “devemos ser avaliados pelo médico”, pelo que se deve evitar as consultas de rotina. “Nunca devemos deixar alguém doente em casa. Mas quando se for ao hospital, deve-se ir com o mínimo de acompanhan­tes”, exortou, acrescenta­ndo que, para além da Covid-19, outras doenças continuam a afectar a população, como a malária, hipertensã­o arterial e diabetes.

Os pacientes com doenças crónicas, como diabetes, hipertensã­o arterial, insuficiên­cia renal devem, neste período, redobrar os cuidados e fazer a medicação de forma regular, apontando que “sempre que descompens­ar”, a solução é deslocar-se, de imediato, ao hospital mais próximo ou consultar o médico de família.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola