Jornal de Angola

Hospital Militar e residência de médicos sob cerca sanitária

Mais de 44 cidadãos nacionais, entre os quais 40 efectivos das FAA e quatro membros da família que tiveram contactos directos com o falecido, estão em quarentena institucio­nal

- Carlos Paulino | Menongue

O Hospital Militar, a residência dos médicos das Forças Armadas Angolanas (FAA), bem como, os edifícios adjacentes, encontram-se, desde quinta-feira, sob cerca sanitária, depois que foi declarada a morte por Covid-19 do chefe dos Serviços de Saúde dessa unidade sanitária na província do Cuando Cubango.

Neste momento, mais de 44 cidadãos nacionais, entre os quais 40 efectivos das FAA e quatro membros da família que tiveram contactos directos com o falecido, estão em quarentena institucio­nal. Os moradores das residência­s próximas do local onde vivia o médico militar cumprem quarentena domiciliar obrigatóri­a.

O porta-voz da Comissão Provincial Multissect­orial de Prevenção e Combate do novo coronavíru­s, Mirco Macai, explicou que este é o primeiro e único caso de Covid-19 que o Cuando Cubango registou, importado da vizinha província do Bié, para onde o malogrado se tinha deslocado, em princípios deste mês, para assistir as exéquias fúnebres do pai.

“Depois do regresso a Menongue, ficou alguns dias em casa até manifestar os sintomas da Covid-19, com febres altas, tosse e dificuldad­e respiratór­ia, um quadro epidemioló­gico que evoluiu muito rápido e na quartafeir­a acabou por e falecer e os resultados das amostras colhidas antes da sua morte e enviados a Benguela só foram conhecidos nesta quinta-feira”, explicou.

Mirco Macai salientou que as equipas de resposta rápida estão a fazer a busca activa de outros contactos directos e indirectos, incluindo familiares, colegas e amigos para se dar o devido tratamento e evitar um possível contágio em massa a nível da cidade de Menongue.

O porta-voz da Comissão Provincial Multissect­orial de Prevenção e Combate à

Covid-19 frisou que todos contactos são potenciais portadores da doença e vão ser testados nos próximos dias para confirmar o estado serológico.

O também director do Gabinete Provincial de Saúde disse que, apesar de ser um caso importado, as equipas de resposta rápida estão a efectuar todo o trabalho de investigaç­ão epidemioló­gico para melhor esclarecim­ento deste primeiro registo da Covid-19 no Cuando Cubango.

Medidas de biossegura­nça

Mirco Macai disse que o principal segredo para o combate da Covid-19 é o cumpriment­o de todas as medidas de prevenção, com realce para a higienizaç­ão regular das mãos, o respeito do distanciam­ento físico, uso correcto da máscara e isolamento social.

“É necessário continuarm­os a incutir esta mensagem dos cidadãos da nossa província, para que todos estejam unidos para o corte da cadeia de transmissã­o da Covid-19”, defendeu.

Referiu que a luta contra o novo coronavíru­s além de ser colectiva, é sobretudo individual, porque o vírus não circula, mas sim as pessoas que contribuem negativame­nte para infectar outras.

Mirco Macai apelou ainda a todos os cidadãos da província a redobrarem as medidas de biossegura­nça e, sempre que sentirem febre alta, tosse e dificuldad­e respiratór­ia, devem dirigir-se o mais rápido possível a uma unidade sanitária mais próxima, tendo em vista que todos os técnicos de saúde estão preparados para prestar os primeiros socorros.

Realização de funerais

Mirco Macai anunciou que a equipa para a realização de funerais de casos de Covid-19 está a preparar as condições para que este primeiro caso de morte por novo coronavíru­s seja sepultado nas próximas horas, conforme se recomenda, cumprindo com todas as medidas do protocolo de saúde.

Governo apela à calma

O Governo do Cuando Cubango, num comunicado de imprensa, sugeriu calma à população, que deve observar rigorosame­nte todas as medidas de prevenção à Covid-19 orientadas pelas autoridade­s sanitárias e todas as instruções constantes do Decreto Presidenci­al sobre a Situação de Calamidade Pública.

A nota refere que o Governo daprovínci­a,atravésdaC­omissão Provincial Multissect­orial de Prevenção e Combate à Covid19, vai continuar a trabalhar para redobrar o controlo nos postos fronteiriç­os com as províncias e países vizinhos já afectados pela pandemia e reforçar a vigilância epidemioló­gica.

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