Hospital Militar e residência de médicos sob cerca sanitária
Mais de 44 cidadãos nacionais, entre os quais 40 efectivos das FAA e quatro membros da família que tiveram contactos directos com o falecido, estão em quarentena institucional
O Hospital Militar, a residência dos médicos das Forças Armadas Angolanas (FAA), bem como, os edifícios adjacentes, encontram-se, desde quinta-feira, sob cerca sanitária, depois que foi declarada a morte por Covid-19 do chefe dos Serviços de Saúde dessa unidade sanitária na província do Cuando Cubango.
Neste momento, mais de 44 cidadãos nacionais, entre os quais 40 efectivos das FAA e quatro membros da família que tiveram contactos directos com o falecido, estão em quarentena institucional. Os moradores das residências próximas do local onde vivia o médico militar cumprem quarentena domiciliar obrigatória.
O porta-voz da Comissão Provincial Multissectorial de Prevenção e Combate do novo coronavírus, Mirco Macai, explicou que este é o primeiro e único caso de Covid-19 que o Cuando Cubango registou, importado da vizinha província do Bié, para onde o malogrado se tinha deslocado, em princípios deste mês, para assistir as exéquias fúnebres do pai.
“Depois do regresso a Menongue, ficou alguns dias em casa até manifestar os sintomas da Covid-19, com febres altas, tosse e dificuldade respiratória, um quadro epidemiológico que evoluiu muito rápido e na quartafeira acabou por e falecer e os resultados das amostras colhidas antes da sua morte e enviados a Benguela só foram conhecidos nesta quinta-feira”, explicou.
Mirco Macai salientou que as equipas de resposta rápida estão a fazer a busca activa de outros contactos directos e indirectos, incluindo familiares, colegas e amigos para se dar o devido tratamento e evitar um possível contágio em massa a nível da cidade de Menongue.
O porta-voz da Comissão Provincial Multissectorial de Prevenção e Combate à
Covid-19 frisou que todos contactos são potenciais portadores da doença e vão ser testados nos próximos dias para confirmar o estado serológico.
O também director do Gabinete Provincial de Saúde disse que, apesar de ser um caso importado, as equipas de resposta rápida estão a efectuar todo o trabalho de investigação epidemiológico para melhor esclarecimento deste primeiro registo da Covid-19 no Cuando Cubango.
Medidas de biossegurança
Mirco Macai disse que o principal segredo para o combate da Covid-19 é o cumprimento de todas as medidas de prevenção, com realce para a higienização regular das mãos, o respeito do distanciamento físico, uso correcto da máscara e isolamento social.
“É necessário continuarmos a incutir esta mensagem dos cidadãos da nossa província, para que todos estejam unidos para o corte da cadeia de transmissão da Covid-19”, defendeu.
Referiu que a luta contra o novo coronavírus além de ser colectiva, é sobretudo individual, porque o vírus não circula, mas sim as pessoas que contribuem negativamente para infectar outras.
Mirco Macai apelou ainda a todos os cidadãos da província a redobrarem as medidas de biossegurança e, sempre que sentirem febre alta, tosse e dificuldade respiratória, devem dirigir-se o mais rápido possível a uma unidade sanitária mais próxima, tendo em vista que todos os técnicos de saúde estão preparados para prestar os primeiros socorros.
Realização de funerais
Mirco Macai anunciou que a equipa para a realização de funerais de casos de Covid-19 está a preparar as condições para que este primeiro caso de morte por novo coronavírus seja sepultado nas próximas horas, conforme se recomenda, cumprindo com todas as medidas do protocolo de saúde.
Governo apela à calma
O Governo do Cuando Cubango, num comunicado de imprensa, sugeriu calma à população, que deve observar rigorosamente todas as medidas de prevenção à Covid-19 orientadas pelas autoridades sanitárias e todas as instruções constantes do Decreto Presidencial sobre a Situação de Calamidade Pública.
A nota refere que o Governo daprovíncia,atravésdaComissão Provincial Multissectorial de Prevenção e Combate à Covid19, vai continuar a trabalhar para redobrar o controlo nos postos fronteiriços com as províncias e países vizinhos já afectados pela pandemia e reforçar a vigilância epidemiológica.