Crédito à produção
A iniciativa do banco central angolano em orientar os bancos comerciais no sentido de dedicarem 2,5 por cento dos activos líquidos ao crédito à produção constitui um passo na direcção certa.
Embora aparentemente insignificante, quando comparado com as necessidades de financiamento da economia, tratase de um instrutivo vital do BNA, na medida em que muitos produtores poderão encontrar alívio em tais iniciativas. É preciso que os que preencherem os requisitos possam aproveitar para criar empregos, gerar receitas para o Estado e ajudar a reduzir muitos dos problemas que temos hoje. Afinal, temos, hoje, indicadores sociais que precisam de ser erradicados ou, ao menos, significativamente reduzidos, nomeadamente a pobreza, a fome, o desemprego, apenas para mencionar estes. É verdade que os bancos, ao concederem empréstimos, precisam de garantias para que o já problemático caso do crédito mal parado não se agudize ainda mais. Mas, por outro lado, é preciso que as instituições bancárias não apostem em medidas draconianas para darem por empréstimo o dinheiro dos seus activos. Alguma flexibilidade deverá existir para que se efectivem as motivações que estarão na base desta importante iniciativa. Para terminar, gostaria encorajar os bancos a irem ao encontro das pessoas potencialmente interessadas pelos seus serviços, em vez do contrário, como, muitas vezes, se vê.
KAMAKA DA SILVA
Golfo II