Aviação mundial pede testes rápidos a passageiros em vez de quarentena
Internacional de Transporte Aéreo (IATA) pediu que a imposição de quarentena seja substituída por testes rápidos de Covid19 aos passageiros antes dos voos, anunciando que vai cooperar com autoridades de saúde para esta solução ser adoptada.
“A IATA apela ao desenvolvimento e adopção de testes de Covid-19 rápidos, precisos, acessíveis, fáceis de operar, ajustáveis e sistemáticos para todos os passageiros, antes da partida (de um voo) como uma alternativa às medidas de quarentena, visando voltar a estabelecer a conectividade aérea global”, defende em comunicado, distribuído sexta-feira, a associação que junta 290 companhias aéreas a nível mundial.
Numa altura em que o tráfego aéreo na Europa regista quebras na ordem dos 50% face, ao período homólogo de 2019, e as viagens internacionais caem 90% em termos homólogos, a IATA acrescenta que irá “trabalhar com a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) e com as autoridades de saúde para implementar esta solução rapidamente”.
O sector da aviação, que abrange cerca de 65,5 milhões de empregos a nível mundial, tem sido um dos mais afectados pela pandemia de Covid-19, inicialmente pelas restrições adoptadas logo no início do surto, mas mais recentemente por outro tipo de medidas restritivas, como a imposição de quarentena, o que tem levado a uma procura muito abaixo da esperada.
“Mais de meio ano passou desde que a conectividade global foi destruída, dado que os países fecharam as suas fronteiras para lutar contra a Covid-19. Entretanto, alguns governos reabriram cautelosamente as fronteiras, mas a procura tem sido limitada, porque medidas como (a imposição de) quarentena tornam as viagens impraticáveis”, observa a IATA. Acresce que “as mudanças frequentes nas medidas tornam impossível o planeamento (de voos)”, acrescenta.
Dados da IATA revelam que a pandemia de Covid-19 já gerou perdas superiores a 300 mil milhões de euros a nível mundial, quando se previa prejuízos avultados de perto de 70 mil milhões de euros este ano.
O presidente executivo da IATA, Alexandre de Juniac, assinala, em nota de imprensa, que “a chave para restaurar a liberdade de circulação através das fronteiras é estabelecer testes à Covid-19 para todos os viajantes antes da partida”.
“Isso dará aos governos a confiança para abrir as suas fronteiras sem modelos de risco complicados e sem mudanças constantes nas regras impostas às viagens. Testar todos os passageiros dará às pessoas a liberdade de viajar com confiança”, adianta.
Um inquérito 'online', realizado entre 25 e 31 de Agosto pela IATA, a quase 5.000 pessoas a nível mundial (na Austrália, Canadá, Chile, França, Alemanha, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Índia, Japão, Reino Unido e Singapura) mostra um “forte apoio” à implementação de testes recorrentes à Covid-19 antes das viagens.
Dos inquiridos, 84% concordaram que o teste deve ser exigido a todos os viajantes, 88% indicaram que estão dispostos a submeter-se a testes antes de viajar e 65% rejeitaram a imposição de quarentena perante testes negativos.
Dados da Organização Europeia para a Segurança da Navegação Aérea (Eurocontrol) indicam que estão a ser operados perto de 16 mil voos diários na Europa, quando se registavam habitualmente, nesta altura do ano, mais de 37 mil, o que significa uma quebra de 45%.
Actualmente, os passageiros são submetidos a medidas como a utilização obrigatória de máscara a bordo e nos aeroportos e ao preenchimento de formulários para rastreamento de contactos, sendo sempre responsabilidade de quem viaja informar-se sobre as medidas restritivas adoptadas pelos governos.