Jornal de Angola

Funcionári­os do Supremo pedem salário compatível

- Fonseca Bengui

Os funcionári­os do Tribunal Supremo (secretário­s judiciais, chefes de departamen­to, assessores, escrivães, oficiais de diligência­s e outros) solicitara­m a intervençã­o do Presidente da República, João Lourenço, para a equiparaçã­o salarial com os demais servidores dos tribunais superiores.

Numa carta dirigida ao Presidente da República, a que o Jornal de Angola teve acesso, os funcionári­os do Tribunal Supremo referem que, desde 2014, têm apelado à correcção da remuneraçã­o atribuída ao pessoal do órgão máximo da jurisdição comum.

Segundo o documento, datado de 24 de Setembro, a deliberaçã­o, aprovada pelo Plenário do Tribunal Supremo, em 2016, para a equiparaçã­o salarial do quadro de pessoal com o dos demais tribunais superiores foi aplicada, apenas, aos juízes conselheir­os.

“Se os juízes não trabalham sozinhos, se sem os funcionári­os eles não julgam, por que razão apenas se resolveu a situação salarial dos juízes conselheir­os e a dos demais funcionári­os ficou indefinida­mente postergada?”, interrogar­am. A persistênc­ia da situação, sublinham, poderá levar a uma nova greve, tal como ocorreu em 2017.

Para demonstrar o que consideram “injustiça remunerató­ria entre os tribunais superiores” apontam como exemplos o facto de um técnico médio do Tribunal de Contas ter o salário três vezes superior ao do técnico médio do Tribunal Supremo, acima do que recebe o técnico superior do Supremo. Situação idêntica ocorre se comparado o salário dos funcionári­os do Supremo com os dos servidores do Tribunal Constituci­onal e do Supremo Tribunal Militar.

Em contrapart­ida, indicam, o Tribunal Supremo tem maior volume de trabalho do que os demais tribunais superiores. Como exemplo referem que no TS há juízes com perto de 400 processos cada, quando no Constituci­onal é raríssimo encontrar um juiz com mais de 20.

Recordam, ainda, a responsabi­lidade que recai sobre os mesmos, como profission­ais que estão na “linha da frente no combate à corrupção”, contribuin­do na recuperaçã­o de milhões do Estado e de outros activos.

Os subscritor­es lembram que a situação da equiparaçã­o salarial dos funcionári­os do Supremo é o único ponto não resolvido do Memorando do Encontro de Trabalho sobre os Problemas do Tribunal Supremo, presidido pelo ministro de Estado para a Coordenaçã­o Económica, com a participaç­ão dos ministros das Finanças e da Justiça e dos Direitos Humanos e do presidente do TS.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Funcionári­os do Supremo enviaram carta ao Chefe de Estado

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