Estratégia de 2021 e 2022 assenta na consolidação orçamental
Não, de maneira nenhuma, sob pena de comprometer as gerações futuras de angolanos com esse ónus hoje desafiante para as nossas finanças públicas. A liquidação regular da dívida pública, particularmente a externa, depende, sobretudo, da valorização da exportação do crude. Por isso, impera a diversificação da economia como indispensável para a concretização da soberania económica das gerações vindouras.
Vê alguma iminência de incumprimento no pagamento do serviço da dívida devido às incertezas com o petróleo?
O processo de reestruturação da dívida pública em andamento pode evitar algum incumprimento.
Em 2021 e 2022 o que ainda pode ser feito para sustentar a credibilidade ganha?
A partir de 2023, o Estado vai começar a amortizar a dívida externa com o maior credor, a China, e, também, com o FMI. Portanto, até lá, o processo de consolidação orçamental deve continuar ser aprofundado, sempre a privilegiar as despesas de investimento produtivo e maior escrutínio na cabimentação orçamental, por forma a garantir os efeitos reprodutivos e reinvestimentos desejados pelas famílias e empresas que operam em Angola. Tudo isso, progressivamente alicerçado na melhoria do ambiente de negócios.
Como o combate à corrupção e à impunidade estão a contribuir para tudo isso?
O combate à corrupção e à impunidade são apenas um passo para o amplo processo de moralização da sociedade. O trabalho é mais profundo, devendo-se continuar a dar as ferramentas para os angolanos estarem muito mais aptos a produzir em mais quantidade e qualidade, em todas as esferas da sociedade onde estiverem inseridos.