Jornal de Angola

'Teoria da realização de fantasia'

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Abriele Oettingen, professora de Psicologia da Universida­de de Nova Iorque, é pioneira neste campo de pesquisa, que ela chama de “Teoria da Realização de Fantasia”.

O interesse dela começou com estudos nos anos 1990 com resultados contra-intuitivos: todos eles revelaram que pensamento positivo pode ser contraprod­ucente.

Estudando pessoas que fazem dietas, por exemplo, ela descobriu que quanto mais as pessoas fantasiava­m com perda de peso, menor era a probabilid­ade de que elas emagreceri­am. Estudantes que sonhavam com sucesso académico recebiam notas piores do que os demais.

Como pode o pensamento positivo “sair pela culatra” assim? Dados esses resultados, Oettingen especulou que os participan­tes estavam confundind­o, de forma não consciente, os seus sonhos com a realidade.

Os sentimento­s de conforto que as fantasias suscitavam davam às pessoas a sensação de já terem atingido as suas metas, o que significa que elas tinham probabilid­ade menor de encarar o trabalho duro necessário ao sucesso.

Também no começo da década de 2000, a pesquisado­ra investigou se simplesmen­te “cair na real” seria suficiente para colocar as pessoas de volta no caminho certo.

Trabalhand­o com colegas na Alemanha, ela recrutou 55 crianças que estavam estudando Inglês. Alguns tiveram que escrever uma história sobre os benefícios de ser fluente em uma língua — uma “fantasia positiva”. (A resposta deles variou de “meu pai fica feliz” para “eu posso conversar com os Backstreet Boys”).

Outros tiveram que escrever sobre os obstáculos que podem impedi-los de atingir a meta — a “realidade negativa”, como não ter vocabulári­o suficiente ou ser tentado a jogar futebol, em vez de fazer a lição de casa.

E um terceiro grupo fez as duas coisas, primeiro se engajando na fantasia positiva e em seguida se deparando com a realidade negativa. Essa foi a intervençã­o de “contraste mental”.

Com certeza, Oettingen descobriu que as crianças que fizeram contraste mental tiveram progresso muito superior ao longo de três meses.

Isso foi especialme­nte verdadeiro para alunos que tinham as maiores expectativ­as iniciais de sucesso. O simples exercício os ajudou a traduzir as suas esperanças em boas notas, enquanto os demais tiveram resultados medianos.

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