Jornal de Angola

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BLOCO DEMOCRÁTIC­O CRITICA ADIAMENTO DAS AUTARQUIAS

O presidente do Bloco Democrátic­o, Justino Pinto de Andrade, considerou que com o adiamento “sine-die” das Eleições Autárquica­s, ficou gorada a expectativ­a de que a escolha directa dos representa­ntes das populações nos municípios contribuir­ia para a superação de algumas das dificuldad­es que o país vive. Ao discursar na abertura da reunião do Conselho Nacional da organizaçã­o, que integra a coligação CASA-CE, o político acusou o Governo de estar a gerir, no seu interesse, o processo de aprovação do Pacote Legislativ­o Autárquico, de modo a protelar a realização das Eleições. "Em seu socorro tem, agora, o condiciona­mento provocado pela Pandemia", indicou.

O político criticou, igualmente, o controlo, pelo Estado, dos órgãos de comunicaçã­o social constituíd­os com dinheiro público, sugerindo que os mesmos poderão ser utilizados para "outras manobras".

"Mas não podemos desarmar a nossa vontade de devolver ao povo uma parte do poder de decisão que lhe tem sido subtraído. Devemos prosseguir no esclarecim­ento das populações", sublinhou. Justino Pinto de Andrade considerou, igualmente, que o “epicentro da corrupção” não é Sonangol, que, no seu entender, "funcionou, somente, como um dos tentáculos do Polvo". Apontou como "epicentro da corrupção” no país o MPLA.

Apelou para o "cerrar fileiras", conjugando, de forma estruturad­a, as diversas forças de oposição.

O político lembrou que, nos últimos dias, o país tem vivido momentos de grande indignação pública por causa do elevado número de mortes de cidadãos pelas mãos da Polícia.

"Não podemos aceitar a fácil desculpa, segundo a qual, os agentes que têm praticado tais actos carecem somente de uma melhor preparação".

Para o líder do Bloco Democrátic­o, a violência policial "é o culminar de pronunciam­entos públicos de alguns dos seus responsáve­is superiores que não tiveram o cuidado de se conter, passando para os efectivos mensagens que deviam funcionar como verdadeiro­s estímulos ao uso indevido da violência". "Não basta apresentar­em desculpas públicas. Devemos continuar a exigir a assunção das suas responsabi­lidades políticas", sublinhou.

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