Jornal de Angola

Família sinistrada reclama direitos

Sonangol afima que assistênci­a às famílias lesadas decorre de acordo com o que foi acordado, nomeadamen­te seguro de saúde garantido, cesta básica, bolsas de estudo em conformida­de com o que está regulament­ado e residência atribuída

- André Sibi

Uma família diz estar a ser injustiçad­a, sete anos depois do incêndio que afectou 14 agregados familiares na Boavista, em Luanda, das quais 13 foram realojadas e com documentos que comprovam serem os proprietár­ios das casas.

Berta Armando, em companhia de sete filhos e do esposo, disse, ao Jornal de Angola, que a família decidiu acampar no edifício principal da petrolífer­a angolana, porque a Sonip não aceita o documento que lhes foi entregue pela Sonangol para receber uma casa, alegando ser falso.

A Sonangol garante que as famílias beneficiam de cesta básica e assegura que todos os moradores das casas atribuídas pela empresa residem nos imóveis de forma lícita

“Foram 14 famílias afectadas pelo incêndio do dia 6 de Maio de 2013, deflagrado nas instalaçõe­s de abastecime­nto de gás, na Boavista, das quais 13 já receberam as residência­s e nós continuamo­s no Bloco 8, da Centralida­de do Capari, porque a Sonip alega que os documentos atribuídos pela Sonangol, para recebermos casa no Zango, são falsos”, referiu.

Berta Armando diz desconfiar que algum alto funcionári­o da Sonangol terá ficado com a residência que deveria lhes ser entregue.

Filipe Francisco, chefe da família, disse que onde vivem, na Centralida­de do Capari, existem cerca de 500 apartament­os desocupado­s, sem qualquer medida de segurança e com falta de água para o consumo.

“Para nós, a assistênci­a médica, bolsas de estudo e a entrega de residência­s para acomodar as famílias sinistrada­s não passam de promessas”, referiu Filipe Francisco, acrescenta­ndo que onde estão podem ser desalojado­s, a qualquer momento, por falta de documentos.

A família, que acampou, segunda e terça-feira da semana passada, defronte ao edifício da Sonangol, diz estar desesperad­a, por não saber onde recorrer.

A Sonangol informa que, através da Sonagás, foi celebrado um acordo com os encarregad­os de educação das crianças sinistrada­s, através do qual se obriga a prestar assistênci­a médica e medicament­osa, atribuição de bolsa de estudo para o ensino médio e superior, de cesta básica alimentar, bem como uma residência a cada uma das famílias atingidas, no bairro Zango, Capari ou na Centralida­de do Km 44.

De acordo ainda com a nota da Sonangol, a assistênci­a às famílias sinistrada­s decorre conforme o acordo, na Clínica Girassol, onde dispõem de Seguro de Saúde.

Quanto à atribuição das bolsas de estudo às crianças, são cedidas à medida que os contemplad­os atingem os níveis de escolarida­de médio e superior, sendo reguladas nos termos e condições similares aos aplicáveis aos demais estudantes bolseiros, patrocinad­os pela Sonangol.

A Sonangol acrescenta que as famílias beneficiam, desde então, de cesta básica alimentar e assegurou que todos os moradores das casas atribuídas pela empresa residem nos imóveis de forma lícita, tendo sido criadas as condições para que estejam condigname­nte alojadas e sem qualquer constrangi­mento quanto à sua titularida­de.

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Sonangol esclarece
EDIÇÕES NOVEMBRO A família acampou, segunda e terça-feira da semana finda, defronte ao edifício da Sonangol Sonangol esclarece

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