Família sinistrada reclama direitos
Sonangol afima que assistência às famílias lesadas decorre de acordo com o que foi acordado, nomeadamente seguro de saúde garantido, cesta básica, bolsas de estudo em conformidade com o que está regulamentado e residência atribuída
Uma família diz estar a ser injustiçada, sete anos depois do incêndio que afectou 14 agregados familiares na Boavista, em Luanda, das quais 13 foram realojadas e com documentos que comprovam serem os proprietários das casas.
Berta Armando, em companhia de sete filhos e do esposo, disse, ao Jornal de Angola, que a família decidiu acampar no edifício principal da petrolífera angolana, porque a Sonip não aceita o documento que lhes foi entregue pela Sonangol para receber uma casa, alegando ser falso.
A Sonangol garante que as famílias beneficiam de cesta básica e assegura que todos os moradores das casas atribuídas pela empresa residem nos imóveis de forma lícita
“Foram 14 famílias afectadas pelo incêndio do dia 6 de Maio de 2013, deflagrado nas instalações de abastecimento de gás, na Boavista, das quais 13 já receberam as residências e nós continuamos no Bloco 8, da Centralidade do Capari, porque a Sonip alega que os documentos atribuídos pela Sonangol, para recebermos casa no Zango, são falsos”, referiu.
Berta Armando diz desconfiar que algum alto funcionário da Sonangol terá ficado com a residência que deveria lhes ser entregue.
Filipe Francisco, chefe da família, disse que onde vivem, na Centralidade do Capari, existem cerca de 500 apartamentos desocupados, sem qualquer medida de segurança e com falta de água para o consumo.
“Para nós, a assistência médica, bolsas de estudo e a entrega de residências para acomodar as famílias sinistradas não passam de promessas”, referiu Filipe Francisco, acrescentando que onde estão podem ser desalojados, a qualquer momento, por falta de documentos.
A família, que acampou, segunda e terça-feira da semana passada, defronte ao edifício da Sonangol, diz estar desesperada, por não saber onde recorrer.
A Sonangol informa que, através da Sonagás, foi celebrado um acordo com os encarregados de educação das crianças sinistradas, através do qual se obriga a prestar assistência médica e medicamentosa, atribuição de bolsa de estudo para o ensino médio e superior, de cesta básica alimentar, bem como uma residência a cada uma das famílias atingidas, no bairro Zango, Capari ou na Centralidade do Km 44.
De acordo ainda com a nota da Sonangol, a assistência às famílias sinistradas decorre conforme o acordo, na Clínica Girassol, onde dispõem de Seguro de Saúde.
Quanto à atribuição das bolsas de estudo às crianças, são cedidas à medida que os contemplados atingem os níveis de escolaridade médio e superior, sendo reguladas nos termos e condições similares aos aplicáveis aos demais estudantes bolseiros, patrocinados pela Sonangol.
A Sonangol acrescenta que as famílias beneficiam, desde então, de cesta básica alimentar e assegurou que todos os moradores das casas atribuídas pela empresa residem nos imóveis de forma lícita, tendo sido criadas as condições para que estejam condignamente alojadas e sem qualquer constrangimento quanto à sua titularidade.