Governo adoptou medidas para aliviar efeitos da Covid-19 no sector agrícola
O secretário de Estado explicou que o sector agrícola em Angola teve de enfrentar alguns desafios, sobretudo na primeira fase da pandemia, em consequência das limitações impostas à livre circulação de pessoas e bens, no âmbito das medidas de prevenção con
O secretário de Estado para Agricultura e Pecuária, João Manuel da Cunha, disse, ontem, em Roma, que devido à pandemia da Covid-19 o Governo angolano tem adoptado várias medidas para aliviar os efeitos no sector agrícola.
Ao intervir na 27ª Sessão do Comité da Agricultura (COAG) da FAO, que decorre desde ontem, por videoconferência, até 2 de Outubro, sob o lema “Por uma Pecuária Sustentável a favor dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável”, o governante explicou que o sector agrícola em Angola teve de enfrentar alguns desafios, sobretudo na primeira fase da pandemia, em consequência das limitações impostas na livre circulação de pessoas e bens.
Falando em nome da delegação angolana, também integrada pela embaixadora Maria de Fátima Jardim, acrescentou que, para aliviar os efeitos da crise, o Governo tem prestado apoio ao sector informal, do qual depende boa parte das famílias angolanas, com o financiamento das actividades agrícolas familiares, através dos bancos e do Fundo Agrário.
Com o mesmo objectivo, o Executivo criou o Fundo de Capital de Risco para conceder micro-crédito, para apoiar as escolas de campo e as caixas de crédito comunitárias. O secretário de Estado deu a conhecer, igualmente, a criação de um Fundo de Emergência, que está a providenciar apoio aos programas para a agricultura, pecuária e pescas, sobretudo, para as comunidades mais vulneráveis, assim como os programas de Transferência de Base Monetária e de cestas de alimentos básicos.
Considerando importante o tema escolhido para esta sessão na segurança alimentar, nutrição, saúde e no bemestar económico, social e ambiental, João Manuel da Cunha manifestou o apoio de Angola à institucionalização do Sub-comité de Pecuária, cuja criação consta do programa desta sessão.
Sublinhou que o Sub-comité vai permitir melhorar a participação dos técnicos da área nas discussões e contribuir para o cumprimento dos ODS.
“Na fase actual, em que o espectro da fome se alarga, reconhecemos a necessidade imperiosa à análise pelo nosso Comité do tema das perdas e desperdícios de alimentos”, referiu.
Nesta óptica, o governante considera “injusto continuarmos a assistir a falta de sensibilidade da humanidade, que continua a desperdiçar alimentos, enquanto noutras partes existem cerca de 820 milhões de pessoas a passarem fome, número que tende a aumentar devido à pandemia da Covid-19”.
Acrescentou que o Código de Conduta Voluntário sobre as perdas de alimentos e redução dos desperdícios é um importante instrumento de apoio a todos os interventores da cadeia de valor na luta contra os desperdícios.
João da Cunha exprimiu o apoio do país ao Plano de Acção para a implementação da estratégia da integração da biodiversidade nos sectores agrícolas, com vista a alterar o quadro actual, caracterizado pela erosão da biodiversidade, e fazer-se face aos novos desafios decorrentes do crescimento da população e das alterações climáticas.