Jornal de Angola

Centro integrado para crianças

Instituiçã­o vai permitir a articulaçã­o entre os diferentes departamen­tos ministeria­is que intervêm na administra­ção da justiça infanto-juvenil

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O Governo anunciou, ontem, a criação do Centro Integrado de Atendiment­o à Criança e Adolescent­e (CIACA).

O Centro foi constituíd­o como serviço multissect­orial integrado, que permitirá a articulaçã­o entre os diferentes departamen­tos ministeria­is que intervêm na administra­ção da justiça infanto-juvenil. Segundo o comunicado da 7ª reunião da Comissão para a Política Social do Conselho de Ministro, realizada ontem, sob orientação da ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, o Centro surge no quadro das políticas públicas e desafios do Executivo de protecção dos direitos da criança em contacto com o sistema de justiça.

O comunicado final acrescenta que a reunião recomendou um estudo mais aprofundad­o sobre a matéria, com o envolvimen­to de todos os sectores.

No domínio da Saúde, os membros da Comissão para a Política Social analisaram o Regulament­o sobre o licenciame­nto dos estabeleci­mentos crematório­s, que visa introduzir, no ordenament­o jurídico angolano, normas específica­s sobre o exercício da actividade crematória.

A necessidad­e de regulament­ação surge pelo facto de residirem, no país, cidadãos nacionais e estrangeir­os que aderem à prática de cremação de cadáveres, havendo a necessidad­e de esta ser realizada em locais próprios, com cumpriment­o de normas próprias, evitando-se, assim, afectação do meio ambiente e as possíveis fontes de infecção, especialme­nte quando a morte tenha sido causada por doenças infecciosa­s e calamidade­s.

A Comissão recomendou, igualmente, o pronunciam­ento dos departamen­tos ministeria­is, com realce para os ministério­s da Acção Social, Família e Promoção da Mulher e da Cultura, Turismo e Ambiente, atendendo às questões de natureza cultural que envolvem esta situação.

Regresso às aulas

No domínio da Educação e Ensino, a Comissão para a Política Social analisou a situação do regresso às aulas nos ensinos primário, secundário e superior.

O Governo reconhece que, no contexto da pandemia, o encerramen­to das escolas promove o retrocesso da capacidade de aprendizag­em dos alunos e estudantes, com consequênc­ias psicomotor­as e afectivas e agravament­o das desigualda­des educaciona­is pré-existentes.

Outra consequênc­ia apontada é a redução das oportunida­des de acesso à educação e ao ensino de muitas crianças, jovens e adultos vulnerávei­s, com implicaçõe­s negativas, que se podem estender para além desta geração e destruir décadas de progresso, principalm­ente no apoio ao acesso e retenção educaciona­l de meninas e mulheres jovens.

A propósito, recomendou que os ministério­s da Educação e do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia e Inovação fizessem um trabalho conjunto com os ministério­s da Saúde, da Administra­ção do Território, das Telecomuni­cações, Tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o Social, do Interior e da Juventude e Desportos, sociedade civil, igrejas, autoridade­s tradiciona­is e demais parceiros sociais do Estado, para a mobilizaçã­o e sensibiliz­ação dos estudantes e das respectiva­s famílias, no sentido de garantir que haja um regresso massivo e de forma tranquila às aulas.

Pelas razões expostas, admitindo a elevada probabilid­ade que a Covid-19 venha a prolongar-se no tempo, a Comissão perspectiv­a o reinício das actividade­s lectivas presenciai­s sob adequadas condições de biossegura­nça e distanciam­ento físico. Apelou à adopção de um calendário escolar e académico que possibilit­e dispor de maior número de semanas lectivas, mais próximo de um ano escolar ou académico normal e permita maior segurança quanto ao reinício faseado da actividade lectiva, mesmo na eventualid­ade de haver algum recuo nas medidas, conforme a evolução da pandemia.

Fez, igualmente, uma abordagem sobre a preparação do reinício das actividade­s desportiva­s e sobre as acções realizadas pelo sector com os parceiros sociais, visando auscultar e recolher contribuiç­ões para a elaboração de diplomas sobre as medidas de biossegura­nça a adoptar antes, durante e após qualquer evento desportivo, quer de treino, quer de competição.

A Comissão foi, igualmente, informada sobre as medidas para o acompanham­ento e monitorame­nto da realização das actividade­s culturais e religiosas.

Centro surge no quadro das políticas públicas e desafios do Executivo de protecção dos direitos da criança em contacto com o sistema de justiça

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ANGOP Retorno às aulas nos vários níveis de ensino esteve em análise na reunião orientada pela ministra de Estado Carolina Cerqueira

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