País pede mais empenho na implementação de acordos
O ministro das Relações Exteriores, Téte António, defendeu, ontem, em Luanda, mais empenho dos países e dos parceiros da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos na implementação dos compromissos assumidos para a restauração do ambiente de paz e segurança regional.
Téte António, que falava numa audiência concedida ao enviado especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Região dos Grandes Lagos, Huang Xia, justificou a afirmação com o surgimento de ataques armados em algumas partes do Norte, Nordeste, Oeste, Centro-Este e Leste da República Centro-Africana (RCA) e em novos confrontos entre grupos armados na região do Kabo, também na RCA, e a continuação das acções militares no condado de Yei, Sudão do Sul.
Na ocasião, o chefe da diplomacia reafirmou o apoio do Governo angolano ao Acordo-Quadro para a Paz, Segurança e Cooperação na República Democrática do Congo (RDC) e na região.
Para Téte António, a implementação plena do acordo configura-se como condição essencial para a resolução das causas profundas dos conflitos e obstáculos que continuam a retardar o desenvolvimento económico e a integração regional.
O ministro espera que a visita do enviado especial do Secretario-Geral das Nações Unidas para os Grandes Lagos sirva para acelerar a implementação efectiva do pacto, dos protocolos regionais, maior democracia e segurança, tal como facilitar a cooperação e o desenvolvimento tão desejado na região. A visita de Huang Xia a Angola, disse, ocorre num momento particularmente importante, pois, entre Janeiro e Setembro, a situação de segurança nos Estados-membros da CIRGL permaneceu relativamente calma.
Resolução de conflitos
Téte António reconheceu que o trabalho de parceiros nacionais, regionais e internacionais tem contribuído para o aumento da cultura de diálogo e concertação, consolidação da confiança entre as elites da região africana, aposta em processos democráticos e inclusivos, bem como nos mecanismos multilaterais para a resolução de diferendos.
O chefe da diplomacia angolana deu como exemplo do que disse a formação do novo Governo de transição no Sudão do Sul, com base no Acordo Revitalizado para a resolução do conflito no país; realização de eleições presidenciais, municipais e legislativas no Burundi; e previsão da realização de eleições na República Centro-Africana, em Dezembro deste ano.
Durante o encontro, Téte António falou da situação instável no leste da República Democrática do Congo, onde “as forças negativas e grupos armados locais e estrangeiros estão activos em diversas zonas das províncias do Kivu Norte e Sul, Ituri, Tanganyika e Maniema”.