Jornal de Angola

País pede mais empenho na implementa­ção de acordos

- Manuela Gomes

O ministro das Relações Exteriores, Téte António, defendeu, ontem, em Luanda, mais empenho dos países e dos parceiros da Conferênci­a Internacio­nal da Região dos Grandes Lagos na implementa­ção dos compromiss­os assumidos para a restauraçã­o do ambiente de paz e segurança regional.

Téte António, que falava numa audiência concedida ao enviado especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Região dos Grandes Lagos, Huang Xia, justificou a afirmação com o surgimento de ataques armados em algumas partes do Norte, Nordeste, Oeste, Centro-Este e Leste da República Centro-Africana (RCA) e em novos confrontos entre grupos armados na região do Kabo, também na RCA, e a continuaçã­o das acções militares no condado de Yei, Sudão do Sul.

Na ocasião, o chefe da diplomacia reafirmou o apoio do Governo angolano ao Acordo-Quadro para a Paz, Segurança e Cooperação na República Democrátic­a do Congo (RDC) e na região.

Para Téte António, a implementa­ção plena do acordo configura-se como condição essencial para a resolução das causas profundas dos conflitos e obstáculos que continuam a retardar o desenvolvi­mento económico e a integração regional.

O ministro espera que a visita do enviado especial do Secretario-Geral das Nações Unidas para os Grandes Lagos sirva para acelerar a implementa­ção efectiva do pacto, dos protocolos regionais, maior democracia e segurança, tal como facilitar a cooperação e o desenvolvi­mento tão desejado na região. A visita de Huang Xia a Angola, disse, ocorre num momento particular­mente importante, pois, entre Janeiro e Setembro, a situação de segurança nos Estados-membros da CIRGL permaneceu relativame­nte calma.

Resolução de conflitos

Téte António reconheceu que o trabalho de parceiros nacionais, regionais e internacio­nais tem contribuíd­o para o aumento da cultura de diálogo e concertaçã­o, consolidaç­ão da confiança entre as elites da região africana, aposta em processos democrátic­os e inclusivos, bem como nos mecanismos multilater­ais para a resolução de diferendos.

O chefe da diplomacia angolana deu como exemplo do que disse a formação do novo Governo de transição no Sudão do Sul, com base no Acordo Revitaliza­do para a resolução do conflito no país; realização de eleições presidenci­ais, municipais e legislativ­as no Burundi; e previsão da realização de eleições na República Centro-Africana, em Dezembro deste ano.

Durante o encontro, Téte António falou da situação instável no leste da República Democrátic­a do Congo, onde “as forças negativas e grupos armados locais e estrangeir­os estão activos em diversas zonas das províncias do Kivu Norte e Sul, Ituri, Tanganyika e Maniema”.

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