Angola defende profunda integração
Uma delegação da Comissão, liderada pelo embaixador Gilberto Veríssimo, está no país para apresentar as propostas sobre o relançamento da organização
O ministro das Relações Exteriores, Téte António, afirmou, ontem, em Luanda, que a integração regional a nível da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) vai ser profunda em termos de transformação. Sublinhou que a integração regional “não é um assunto de diplomatas, mas de povos”.
O ministro das Relações Exteriores, Téte António, afirmou, ontem, em Luanda, que a integração regional a nível da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) vai ser profunda em termos de transformação.
Em declarações à imprensa, depois de receber a delegação da Comissão da CEEAC, liderada pelo diplomata angolano Gilberto Veríssimo, Téte António referiu que a integração “não é um assunto de diplomatas, mas de povos”.
O ministro indicou que estava bastante satisfeito com as acções concretas e a forma como o presidente da Comissão da CEEAC pensa materializar o processo de integração, que coincide com o pensamento de Angola.
Téte António, que se mostrou satisfeito com a primeira visita oficial do novo presidente do órgão executivo, referiu que, enquanto Estadomembro, Angola tem responsabilidades, assim como a Comissão da CEEAC. “Neste sentido, cada um deve cumprir com a implementação do novo Tratado da organização”, disse.
“É com muita honra e orgulho que recebemos um filho da casa. Foi possível analisar, durante o encontro, as ideias que o presidente da Comissão tem para o relançamento da CEEAC”, sublinhou.
Implementar a integração
O presidente da Comissão da CEEAC, Gilberto Veríssimo, afirmou, no final do encontro com o ministro das Relações Exteriores, que a organização tem já algumas ideias concretas de como se deve implementar a integração da Comunidade mas, sublinhou, “precisamos, por outro lado, de validar essas ideias e Angola vai nos ajudar neste sentido”.
Acompanhado pelos comissários para a Promoção de Género, Kapinga Ivette Ngandu, e para o Mercado Comum, Assuntos Económicos e Financeiros, François Kanimba, o presidente da Comissão informou que a delegação veio buscar conselhos do Governo angolano.
Falando sobre a situação da Covid-19, o diplomata reconheceu que a luta contra a pandemia é uma preocupação mundial e, em particular, da região.A delegação da CEEAC tem, na agenda, um encontro com a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, durante o qual vai abordar questões de como a região pode ajudar Angola no combate à pandemia. Outro propósito do encontro é colher experiências de Angola, que podem ser replicadas pelos outros Estados-membros.
Conflitos na região
Gilberto Veríssimo, que vai ser, igualmente, recebido, em audiência, pelo Presidente da República, João Lourenço, falou, também, sobre alguns conflitos que preocupam a comunidade. “A região precisa de estabilidade, até para se desenvolver e para fazer cultura”, sublinhou.
Entre as principais preocupações apontou os conflitos na República Centro Africana, República Democrática do Congo (RDC), Camarões e Tchad.
“Durante o nosso mandato por exemplo, todos os países da região terão eleições e os pleitos, em África, com destaque para a nossa região, são uma fonte de conflitos”, lembrou.
A delegação tem na agenda um encontro com o ministro da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos “Liberdade”, para ouvir o que tem a dizer sobre a situação de segurança na África Central. “Vamos contactar o ministro e aprender um pouco sobre a forma como Angola pode ajudar mais a região, além daquilo que já faz”, sublinhou.
Sobre a primeira visita oficial desde a sua tomada de posse, o presidente da CEEAC indicou que queria muito que o destino fosse Angola.
“Angola é um Estado da África Central cuja história a empurrou um pouco para África Austral e é o momento, no quadro da integração e da sua dimensão psicológica e pedagógica da integração trazer Angola para a África Central”.
A Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) é uma organização regional composta por 11 Estados-membros: Angola, Burundi, Camarões, República Centro-Africana, República do Congo, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial, Ruanda, São Tomé e Príncipe, Tchad e Gabão, este último que acolhe a sede da organização.