Pouca adesão às aulas
O primeiro dia de aulas na capital do país foi marcado por ausência de muitos alunos nas escolas, sem os habituais abraços e beijos que, normalmente, caracterizam o início das actividades lectivas.
Domingas Carimba, directora do Instituto Médio de Economia do Kilamba Kiaxi, afirmou que todos os anos, o absentismo é uma situação recorrente nos primeiros dias de aulas, mas admitiu que nas circunstâncias actuais alguns alunos tenham receio de contágio.
Dos 20 alunos de uma sala da 9ª classe, criada no contexto da pandemia, apenas onze compareceram.
Explicou que durante a primeira semana assistirão as aulas os alunos que integram o grupo A, e a partir de segundafeira, os do grupo B.
A escola 5.108, no bairro da Estalagem, município de Viana, estava às moscas quando a reportagem do Jornal de Angola chegou ao local, situação justificada pela ausência de água corrente, termómetros infra-vermelhos, viseiras, álcool-gel e outro material de biossegurança.
Elias António, director Pedagógico, explicou que as turmas, inicialmente concebidas para 60 alunos, foram reduzidas para 30, de modo a garantir o distanciamento físico. Ainda assim, poucos compareceram. Acrescentou que dos 32 professores enviados sábado para a testagem em massa, nenhum foi testado.
No Colégio Público 3.045, na zona das Bananeiras, no município do Cazenga, o quadro não é diferente. Zaquel Jorge, director da instituição, afirmou que a escola não dispõe de material de biossegurança. “Podem ver o tanque de água, está seco. A cisterna da administração municipal, que abastecia água aos reservatórios da escola, nunca mais apareceu e os professores não têm qualquer material de higienização e estamos a trabalhar mesmo assim”, disse o director.
“Temos água canalizada aqui na zona, mas a nossa escola não foi contemplada com a canalização”, desabafou Zequel Jorge. Além da falta de material de biossegurança, a instituição tem um défice de 16 professores. Dos 45 previstos, conta apenas com 39 para os três turnos.
“Não estamos a medir a temperatura nem lavar as mãos, porque não encontramos nada aqui na escola”, disse Fernando Eduardo, aluno da 9ª classe.
Alcides Neto, coordenador do turno da manhã na escola Njinga Mbandi, disse que no primeiro dia de aulas, as turmas concebidas para 20 alunos tiveram 12 presenças, o que considerou razoável.
Além da falta de material de higienização, a instituição conta com três auxiliares de limpeza para atender mais de 20 salas de aula, incluindo a direcção e zonas adjacentes.