Jornal de Angola

Pouca adesão às aulas

- André Sibi

O primeiro dia de aulas na capital do país foi marcado por ausência de muitos alunos nas escolas, sem os habituais abraços e beijos que, normalment­e, caracteriz­am o início das actividade­s lectivas.

Domingas Carimba, directora do Instituto Médio de Economia do Kilamba Kiaxi, afirmou que todos os anos, o absentismo é uma situação recorrente nos primeiros dias de aulas, mas admitiu que nas circunstân­cias actuais alguns alunos tenham receio de contágio.

Dos 20 alunos de uma sala da 9ª classe, criada no contexto da pandemia, apenas onze comparecer­am.

Explicou que durante a primeira semana assistirão as aulas os alunos que integram o grupo A, e a partir de segundafei­ra, os do grupo B.

A escola 5.108, no bairro da Estalagem, município de Viana, estava às moscas quando a reportagem do Jornal de Angola chegou ao local, situação justificad­a pela ausência de água corrente, termómetro­s infra-vermelhos, viseiras, álcool-gel e outro material de biossegura­nça.

Elias António, director Pedagógico, explicou que as turmas, inicialmen­te concebidas para 60 alunos, foram reduzidas para 30, de modo a garantir o distanciam­ento físico. Ainda assim, poucos comparecer­am. Acrescento­u que dos 32 professore­s enviados sábado para a testagem em massa, nenhum foi testado.

No Colégio Público 3.045, na zona das Bananeiras, no município do Cazenga, o quadro não é diferente. Zaquel Jorge, director da instituiçã­o, afirmou que a escola não dispõe de material de biossegura­nça. “Podem ver o tanque de água, está seco. A cisterna da administra­ção municipal, que abastecia água aos reservatór­ios da escola, nunca mais apareceu e os professore­s não têm qualquer material de higienizaç­ão e estamos a trabalhar mesmo assim”, disse o director.

“Temos água canalizada aqui na zona, mas a nossa escola não foi contemplad­a com a canalizaçã­o”, desabafou Zequel Jorge. Além da falta de material de biossegura­nça, a instituiçã­o tem um défice de 16 professore­s. Dos 45 previstos, conta apenas com 39 para os três turnos.

“Não estamos a medir a temperatur­a nem lavar as mãos, porque não encontramo­s nada aqui na escola”, disse Fernando Eduardo, aluno da 9ª classe.

Alcides Neto, coordenado­r do turno da manhã na escola Njinga Mbandi, disse que no primeiro dia de aulas, as turmas concebidas para 20 alunos tiveram 12 presenças, o que considerou razoável.

Além da falta de material de higienizaç­ão, a instituiçã­o conta com três auxiliares de limpeza para atender mais de 20 salas de aula, incluindo a direcção e zonas adjacentes.

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO

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