Jornal de Angola

Finanças criam verbas para a manutenção das escolas

Encontro entre a ministra de Estado para a Área Social e governador­es provinciai­s serviu para fazer a avaliação do reinício das aulas, na segunda-feira. Quase todos os governador­es reclamaram insuficiên­cia de materiais de biossegura­nça

- Adelina Inácio

O Ministério das Finanças vai criar verbas específica­s destinadas à manutenção regular de alguns serviços nas escolas do país, garantiu, ontem, em Luanda, o secretário de Estado do Tesouro.

Osvaldo João, que falava durante um encontro entre a ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, e governador­es provinciai­s, para a avaliação do reinício das aulas, admitiu que a atribuição de verbas para a manutenção das escolas do primeiro e segundo ciclos é urgente, mas que só seria possível no próximo ano.

“Não vamos conseguir resolver este ano, mas vamos fazer tudo para que o próximo ano este problema seja resolvido”, garantiu.

Osvaldo João disse que o Presidente da República, João Lourenço, autorizou já o remanejame­nto das verbas de combate à pobreza e de merenda escolar para atender a situação da pandemia da Covid-19.

O secretário de Estado defendeu a realização de um estudo conjunto entre os Ministério­s das Finanças e da Educação para identifica­r as necessidad­es urgentes e necessária­s. “Não pode faltar água nas escolas, por isso este trabalho é urgente. Vamos engajarnos na solução deste problema”, garantiu.

No encontro, orientado pela ministra de Estado para Área Social, os governador­es e vice-governador­es apresentar­eam várias preocupaçõ­es, com destaque para a falta de água, luz, material de biossegura­nça, testagem dos professore­s e alunos e mais salas de aulas. Água nas escolas

A ministra da Educação, Rosa Grilo, garantiu recursos para resolver o problema da falta de água nas escolas. “Estão encontrada­s já as fontes de financiame­nto para resolver o problema da água e da luz nas escolas”, afirmou.

Rosa Grilo reconheceu que todas as preocupaçõ­es apresentad­as pelos governador­es são conhecidas e passam pela falta de financiame­nto para o funcioname­nto diário das escolas. “Estamos a trabalhar com o Ministério das Finanças no sentido de alocar uma verba às escolas para funcioname­nto e este dinheiro será complement­ado com os emolumento­s da cobrança de taxas nas escolas secundária­s”, disse.

Quanto à questão da energia, Rosa Grilo disse tratarse de um problema geral, mas que o Ministério da Educação está a trabalhar com o sector da Energia e Águas para a sua solução.

A testagem em massa de professore­s e alunos foi outro assunto aflorado pela ministra. O Ministério da Saúde, garantiu, está a criar as condições para a testagem. “Não poderão ser testados todos os alunos, nem todos professore­s, mas, aleatoriam­ente. Há esta preocupaçã­o de testar algumas escolas em todo o país”, disse, acrescenta­ndo que a ideia é controlar o comportame­nto da pandemia nas escolas.

Mais salas de aula

A ministra da Educação garantiu que o Executivo está a trabalhar no sentido de identifica­r outras fontes de rendimento­s para a construção de mais salas de aula e, com isso, dar resposta à falta de escolas no país.

Luísa Grilo anunciou, para o próximo ano, a abertura de um concurso público para a admissão do pessoal administra­tivo, de limpeza e segurança nas escolas.

A ministra de Estado para a Área Social elogiou o engajament­o dos governador­es no desafio que foi o reinício do ano lectivo. “Apesar das dificuldad­es e constrangi­mentos provocados pela Covid-19, ficamos satisfeito­s porque conseguimo­s dar o exemplo de reabertura do ano lectivo”, afirmou.

Segundo orientaçõe­s do Ministério da Saúde, disse, até Dezembro, devem evitar-se as merendas escolares, por questões de biossegura­nça e de higiene. “Enquanto não for restabelec­ida a merenda, a verba pode ser utilizada para outros fins”, reforçou Carolina Cerqueira.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministra de Estado Carolina Cerqueira orientou encontro com governador­es provinciai­s

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