Jornal de Angola

Parteiras tradiciona­is pedem materiais de biossegura­nça

- Weza Pascoal | Menongue

Parteiras tradiciona­is do município de Menongue, no Cuando Cubango, solicitara­m, ontem, ao Governo Provincial kits de trabalho e materiais de biossegura­nça para o exercício da actividade em melhores condições e prevenção da Covid-19.

A preocupaçã­o foi manifestad­a por mais de 20 parteiras tradiciona­is, durante um seminário de refrescame­nto sobre os cuidados a ter na realização de partos domiciliar­es em tempos de pandemia, promovido pelo Gabinete Provincial da Acção Social, Família e Igualdade no Género, sob o lema “Empoderar a mulher no meio rural é promover o desenvolvi­mento local e a diversific­ação da economia”.

As parteiras pediram o abastecime­nto regular de materiais de biossegura­nça, como luvas, máscaras, batas descartáve­is, álcool em gel, lixívia e sabão para a protecção também das mulheres grávidas e dos bebés contra a Covid-19.

Sofia Luvunda, parteira tradiciona­l há mais de 15 anos, admitiu que, actualment­e, tem realizado partos domiciliar­es sem protecção nenhuma, por falta de materiais de biossegura­nça.

“Tenho consciênci­a de que isto é um risco, mas não posso deixar que essas mulheres morram sem poder fazer nada, porque quando estas parturient­es me procuram já estão em trabalho de parto avançado e não dá tempo de levá-las à unidade sanitária mais próxima”, justificou.

Por sua vez, a directora do Gabinete Provincial da Acção Social, Família e Igualdade de Género, Aida Rosalina Pedro Manuel, disse que tomou conhecimen­to das preocupaçõ­es apresentad­as pelas parteiras tradiciona­is e vai trabalhar para a resolução daquilo que estiver ao seu alcance.

“O parto é algo que não pode ser feito sem se ter em conta todas as medidas de higienizaç­ão. Por isso, encontramo-nos com as parteiras tradiciona­is no sentido de garantir, mais uma vez, que elas possam fazer partos seguros em tempos da Covid-19”, disse.

Referiu que, no meio rural, muitas parteiras não conhecem as medidas que devem ser tomadas para se prevenir do coronavíru­s, colocando em risco a sua vida, da parturient­e e do bebê. “Por isso, entramos em conexão com as profission­ais da Maternidad­e provincial para ministrare­m esta palestra, no sentindo de estarem preparadas da melhor maneira possível e protegidas do coronavíru­s”, referiu.

No final do encontro, as parteiras tradiciona­is receberam sabão e lixívia, para higienizaç­ão das mãos e das suas residência­s, antes e depois do início das actividade­s.

A referida actividade enquadra-se na Jornada Nacional da Mulher no Meio Rural, que de decorre de 1 a 31 de Outubro.

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