Presidenciais sob alerta de ataques
Especialista norte-americano fala em grupos de piratas informáticos a operar a partir da Rússia, China e do Irão
A preparação das eleições presidenciais de 3 de Novembro, nos Estados Unidos, está a ser alvo de ataques cibernéticos, de fora do território norte-americano, revelou David Levine, especialista em eleições, da Alliance for Securing Democracy. O especialista falava num encontro, em vídeo-conferência, com jornalistas.
O processo de preparação das eleições presidenciais de 3 de Novembro, nos Estados Unidos, está a ser alvo de ataques cibernéticos, perpetrados fora do território norte-americano, revelou David Levine, especialista em eleições da Alliance for Securing Democracy.
Convidado a dissertar sobre “Segurança das Eleições”, no habitual encontro virtual promovido pelo Departamento de Estado, entre os 250 jornalistas de todo o mundo que cobrem o processo eleitoral nos Estados Unidos, David Levine revelou que entidades estrangeiras estão a tentar interferir nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2020.
O especialista, que trabalha para a German Marshall fund of the United States, indicou que, “há poucas semanas, a Microsoft detectou ataques cibernéticos cujos alvos eram pessoas e organizações envolvidas nas eleições que se avizinham.”
Na interacção com os jornalistas, durante uma hora, David Levine revelou que, “em 10 de Setembro, a Microsoft registou ataques cibernéticos crescentes provenientes da Rússia, China e do Irão.” Segundo Levine, entre os alvos dos últimos cyber-ataques, sem sucesso, estão grupos políticos e pessoas associadas à campanha de ambos os candidatos presidenciais (Donald Trump e Joe Biden).
“A Microsoft detalhou os esforços de três grandes grupos de piratas informáticos estrangeiros para direccionar as campanhas em conjunto com outras organizações políticas, indivíduos e grupos de reflexão”, disse. Em 2016, a Rússia foi acusada de interferir, a favor de Donald Trump, nas eleições presidenciais.
Na interacção com os jornalistas, David Levine falou dos exemplos recentes de tentativas de entidades estrangeiras de influenciar as eleições e as medidas de segurança que foram implementadas para combaté-las. O especialista abordou também questões de segurança eleitoral recentes nos Estados Unidos, para garantir um processo livre e justo, desde as primárias até às eleições nacionais.
Para segunda-feira, está prevista a análise sobre os Estados federados, considerados campos de batalha eleitoral, coapresentados pelos especialistas em eleições Jon McHenry e Margie Omero.
Cancelamento?
O segundo debate entre os dois candidatos na corrida a Casa Branca está agendado para dia 15 de Outubro. O candidato democrata, Joe Biden, defende que o segundo debate para as presidenciais norte-americanas, que o colocaria novamente frente-afrente com Donald Trump, não se deve realizar, caso o Presidente continue infectado com o novo Coronavírus.
Na última terça-feira, Donald Trump escreveu, no Twitter, que se sente preparado para participar no próximo debate televisivo frente a Biden. “Estou ansioso para o debate da noite de quinta-feira, 15 de Outubro, em Miami. Vai ser óptimo!”, escreveu o Presidente norte-americano na sua conta pessoal desta rede social.
O segundo debate das presidenciais dos Estados Unidos, entre Donald Trump e Joe Biden, deverá realizarse de forma virtual, mas o actual Presidente garante que não irá participar num debate à distância.
A decisão de transformar o reencontro num frente-afrente virtual foi tomada pela Comissão de Debates nas presidenciais, devido ao diagnóstico positivo de Donald Trump.
O Presidente, que se recandidata ao cargo, manifestou a recusa em declarações à FOX News.
O frente-a-frente está marcado para 15 de Outubro, em Miami, na Florida, um dos Estados importante na geografia eleitoral para conseguir mais superdelegados para o colégio que elege o Presidente.
“Eu não vou participar num debate virtual”, disse o Presidente norte-americano. “Isso não é aceitável”, acrescentou.
A menos de um mês das eleições presidenciais, ainda há dois debates televisivos entre Biden e Trump por realizar - 15 e 22 de Outubro.