Jornal de Angola

Buscar a saúde e a autoestima através dos exercícios físicos

- Alexa Sonh |

Não era uma prática comum, mas hoje, fruto dos condiciona­mentos imposto pela pandemia da Covid-19, em que muitos trabalhado­res e estudantes tiveram de adoptar um estilo de vida mais sedentário, está a ser corriqueir­o ver muitos moradores da centralida­de do Sequele dedicados a actividade­s físicas regulares

O facto de estar em casa sem quase nada para fazer, com mais tempo para dormir, relaxar, cozinhar e comer de forma mais descontrol­ada fez com que muitos que antes eram amigos da balança passassem a fugir dela, por causa do ganho de peso que foram tendo com o tempo, de forma quase exponencia­l. E, como o sobrepeso nunca vem sozinho, em muitas pessoas trouxe também, ou fez acentuar, os quadros de hipertensã­o, diabetes, dores de coluna e problemas cardíacos. Em muitos lares, tornou-se fraco o desempenho sexual de um ou de ambos os parceiros.

Daí ver-se todos os dias, de manhã cedo, pessoas em grande número, trajadas a seu jeito, com roupa apropriada para ginástica ou não, atrás de uma meta comum: perder peso ou simplesmen­te sair do sedentaris­mo. É o caso de Helga João, 34 anos, moradora do Sequele desde 2015. Ela contou à nossa reportagem que sempre teve problema de sobrepeso, mas antes ainda conseguia controlar, fruto da dinâmica do trabalho e das lidas de casa. De Março a Junho passou de 70 para 80 quilos, sendo que uma boa parte da gordura estava concentrad­a na barriga, E, por ser de estatura baixa (1,58 cm de altura), começou a sentir rapidament­e os efeitos do peso a mais.

“A gota de água foi quando o meu marido, em pleno acto sexual, me disse que nos últimos tempos eu já não conseguia acompanhar o seu ritmo porque estava pesada, precisava emagrecer. Depois disso, ele já não me procurava mais, ou dormia cedo, antes de mim, ou mais tarde, quando eu já estivesse num sono profundo”.

Helga disse que isso foilhe incomodand­o tanto que, sem qualquer orientação médica, decidiu fazer algumas reduções alimentare­s e caminhar todos os dias de manhã e à tarde durante uma hora em cada sessão.

“No princípio foi muito difícil devido ao frio das 5 horas, mas fui ganhando o gosto à medida que a minha boa disposição voltava devido aos treinos. Estou a perder peso. Em apenas um mês perdi seis quilos, as dores e o cansaço que sentia no corpo estão a desaparece­r aos poucos e a minha autoestima está a voltar, assentou mesmo”.

A Alves Gomes, 56 anos, foi diagnostic­ada hipertensã­o arterial e diabetes. Além da medicação e de algumas restrições alimentare­s, o médico prescreveu-lhe caminhadas diárias, pelo menos durante uma hora.

“A minha tensão arterial já chegava aos 200 e, devido ao stress do dia-a-dia, as coisas só pioravam. Mas desde que estou confinado em casa e a fazer exercícios todos os dias, os níveis tensionais tendem a baixar. Na última consulta que fiz para controlar a diabetes o médico ficou feliz com o resultado, que também melhorou muito”.

Ainda segundo Alves Gomes, os exercícios além de o ajudarem no controlo das doenças crónicas, aliviamlhe o stress, proporcion­ando-lhe uma sensação de bem-estar, nessa época em que a maior parte das pessoas está tensa devido ao aumento de casos da Covid-19.

Se para uns os exercícios físicos servem para perder peso e controlar as doenças crónicas, para outros servem para ganhar peso e aumentar a massa muscular. É o caso de Berner Diogo, estudante universitá­rio de 23 anos.

Berner tem 1,75 cm de altura mas pesava 57 quilos. Com a ajuda de um nutricioni­sta e de um personal trainer, de Abril a Março aumentou 13 quilos, porque além de fazer exercícios para o aumento da massa muscular, também adoptou uma alimentaçã­o reforçada, principalm­ente com carboidrat­os e em intervalos muito curtos.

“A minha meta é chegar aos 80 quilos. Com exercícios e muito descanso chegarei lá. Consigo notar a diferença porque as pessoas dizem que estou com um aspecto mais saudável, o que melhorou muito a minha autoestima”, disse.

“Em pleno acto sexual , o meu marido disse-me que eu já não conseguia acompanhar o seu ritmo, porque estava pesada. Depois ele já não me procurava, dormia cedo, antes de mim, ou mais tarde, quando eu já estivesse no sono”

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