Novas estradas em construção na província do Cuanza-Norte
Terraplanagem, limpezas de bermas, construção de pontes, passagens hidráulicas, aplicação de asfalto, edificação de valas e sinalização dominam as obras de melhoramento das vias rodoviárias nos municípios da província do Cuanza-Norte
Mangas arregaçadas, máquinas em movimento, trabalhadores com equipamentos diversos, este é o cenário que marca o andamento dos trabalhos de reabilitação de estradas no Cuanza-Norte.
Os trabalhos de terraplanagem acontecem nas municipalidades da Banga, Golungo-Alto, Lucala, Bolongongo, Quiculungo e Cazengo. Nos 46 quilómetros entre (SambaCajú) e Banga a construtora Griner efectua, provavelmente, o maior investimento ao alargar a via com trabalhos de desmatação e aterro da faixa de rodagem com solos seleccionados e cria condições para a asfaltagem.
“O trabalho corre bem e tudo fazemos para que tenhamos o leito pronto antes das chuvas, que podem cair a qualquer momento. Operamos com meios suficientes, designadamente três máquinas niveladoras”, disse o encarregado da obra, Pedro Ferramenta.
Em certos troços existem amontoados de brita, produzida numa unidade próximo da estrada, bem como parcelas com a base concluída.
No dizer do encarregado Pedro Ferramenta, a primeira fase da empreitada termina na vila da Banga, sede do município com o mesmo nome, mas o fim é a sede da municipalidade de Bolongongo, num percurso que passa pelo Quiculungo e totaliza 90 quilómetros.
Banga, Quiculungo e Bolongongo são zonas potenciais produtoras de café e habitadas na globalidade por cerca de 50 mil pessoas.
No Lucala, a reconstrução de estradas em terra batida centra-se nos 20 quilómetros entre o bairro Dumbo-yaMutulo e a aldeia de Quilessa, localidade com terras férteis e cursos de água que a tornam propícia para a agricultura.
O encarregado Osvaldo dos Santos disse que os trabalhos, inseridos no PIIM, resumem-se no alargamento da via para nove metros e remoção do solo vegetal da faixa de rodagem, a cargo da empreiteira W.M. A outra terraplanagem são os 16 quilómetros entre Pambos de Sonhi (Samba-Cajú) e Quiculungo, liderada pela Beijin-L5 Construção Limitada.
De Açude, na Estrada Nacional 230-B, partem 46 quilómetros que passam por Cerca (Golungo-Alto), que, num trajecto em forma triangular, terminam no desvio da BeiraAlta (Cambambe), também na 230-B.
Na via em causa, a empresa Tecnagri executou mais de 10 dos 16 quilómetros em direcção à Cerca com desmatação, regularização da faixa de rodagem, alargamento para oito metros, edificação de passagens hidráulicas e aplicação de manilhas.
A qualidade do trabalho é questionada por alguns cidadãos. Por exemplo o ancião Pedro Joaquim, 71 anos, sugere que a recarga de solos fosse com laterites ao invés de terra vermelha. No dizer do responsável da Tecnagri, Henrique Simões, o trabalho custa no geral 294 milhões de kwanzas e se insere no PIIM.
O troço Açude-Cerca dá acesso à província do Bengo através do município de Pango-Aluquém.
Outras obras
Pela primeira vez, os 32 quilómetros da estrada que liga a aldeia piscatória de Ngolome ao Quilómetro 14, na rodovia nacional 230-A, município de Cambambe, serão asfaltados. A via, que terá seis metros de largura, já tem base em mais de quatro quilómetros.
Espera-se que a nova estrada relance a pesca artesanal porque na localidade existe uma das maiores lagoas do país, com cerca de 14 mil metros quadrados e rica em tilápia. É também esperada a abertura do centro local de formulação e processamento de pescado, inactivo desde a sua construção, em 2015.
O administrador municipal de Cambambe, Adão Malungo, admite que o arranque da infraestrutura aumente o conhecimento sobre as técnicas melhoradas de tratamento do pescado, seu aproveitamento racional, desenvolvimento sustentável da pesca em águas continentais e que Ngolome se transforme numa potencial área de produção agrícola.
Outra iniciativa é a terraplanagem e melhorias de valas em ruas nos bairros Vieta e Tiro aos Pratos, em Ndalatando, com a chegada do kit de manutenção de estradas fornecido pelo Governo Central.
A última obra de estradas a arrancar no Cuanza-Norte é a reabilitação dos 60 quilómetros entre Bolongongo e a comuna de Kiquiemba, no quadro do PIIM. Desde Setembro último a Tecnovia-Angola já desmatou 20 quilómetros.
O administrador municipal de Bolongongo, Luís Coxe, revela que dentro de dias começa a aplicação de 10 centímetros de solos emprestados, numa faixa de rodagem ajustada em oito metros de largura, que inclui colocação de valas de drenagens, passagens hidráulicas e intervenção em algumas pontes, a serem feitas em 10 meses. A empreitada custa 800 milhões de kwanzas.
Novo asfalto
O programa de melhorias das estradas no Cuanza-Norte também contempla tapaburacos e reasfaltagem nos eixos (Samba-Cajú)-Lucala e Golungo-Alto-Ndalatando, no quadro do “Programa Nacional de Salvação de Estradas”, conduzido pelo Ministério das Obras Públicas e Ordenamento do Território.
A empreiteira TEA intervenciona desde Julho, no traçado rio Cuxilo-(Samba-Cajú), com construção de valetas, que já atinge cerca de um quilómetro, limpeza de mais de um quilómetro de bermas e remoção de asfalto degradado em espaços intercalados para posterior tapa-buracos num traçado de 45 quilómetros.
Neste troço a reabilitação profunda abarca 15 quilómetros e a de manutenção 32,5, segundo o director do Gabinete Provincial de Infra-Estruturas e Serviços Técnicos, Emir Francisco Pedro. No dizer do director de obras da TEA, Ismael Domingos, está também projectada a colocação de juntas nas pontes, reparação de guardas e sinalização vertical.
Samba-Cajú é a intersecção mais viável para Banga,
Quiculungo e Bolongongo, bem como para a vizinha província do Uíge.
A malha rodoviária entre Golungo-Alto e Ndalatando, passando por Cambondo e Cabinda, Estrada Nacional 230B, assim como entre Lucala e Samba-Cajú, totalizam 198 quilómetros e 50 metros, dos quais 123 quilómetros e 90 metros beneficiam de trabalhos de conservação.
O Relatório Síntese de Progresso das Obras, a que o Jornal de Angola teve acesso, revela que a reabilitação profunda abarca 67 quilómetros e 60 metros. De Ndalatando, em direcção a Cambondo e Golungo-Alto, a Griner tapou buracos, aplicou lama asfáltica em certas zonas e sinalização vertical em 500 metros até ao desvio da comuna da Canhoca, num percurso de 36 quilómetros.
Do desvio da Canhoca ao Mercado do Triângulo (oito quilómetros) a construtora Tecnovia intercala novo asfalto com tapa-buracos, com conclusão prevista para Dezembro próximo.
O encarregado de obras, António Fontes, revela que a espessura da camada asfáltica é de cinco centímetros e projectam sinalizações, construção de valas e limpezas de bermas. O fim da tarefa termina nos 16 quilómetros entre Triângulo, na comuna de Cambondo, e a vila do Golungo-Alto.
Mas, para melhor protecção das estradas, o encarregado António Fontes sugere controlo do peso nas viaturas para se evitar excesso de tonelagens sobre o pavimento.
Os 16 quilómetros do troço Quilombo Ky Puto (GolungoAlto) – Quilombo dos Dembos (Ngonguembo) é o único intermunicipal que aguarda pelo início das obras de reconstrução.
“O trabalho corre bem e tudo fazemos para que tenhamos o leito pronto antes das chuvas, que podem cair a qualquer momento. Operamos com meios suficientes, designadamente três máquinas niveladoras”, disse o encarregado da obra, Pedro Ferramenta