Jornal de Angola

CEDEAO saúda a libertação do principal líder da oposição

A CEDEAO saudou a libertação do principal líder da oposição do Mali e disse que continua empenhada na consolidaç­ão do processo político que se iniciou com o golpe de Estado

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A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) saudou, ontem, a libertação do líder da oposição do Mali, Soumaïla Cissé, após seis meses de cativeiro, anunciou a instituiçã­o regional numa declaração citada pela AFP.

O presidente da Comissão da CEDEAO, Jean Claude Kassi Brou, “soube com grande alegria a libertação do Sr. Soumaïla Cissé, líder da União para a República e Democracia (URD), raptado desde 25 de Março de 2020", indica um comunicado divulgado pelo representa­nte da CEDEAO no Mali, Hamidou Boly.

De acordo com a declaração, o presidente da Comissão da CEDEAO “congratula-se, igualmente, com a libertação da trabalhado­ra humanitári­a francesa, Sophie Prétronin, bem como de Pier Luigi Maccalli e Nicola Chiacchio, de nacionalid­ade italiana".

O presidente da Comissão da CEDEAO saudou “a coragem e tenacidade dos reféns libertados por terem suportado as difíceis condições do cativeiro e aguentado até ao fim", realça, ainda, o comunicado.

Dirigindo felicitaçõ­es às autoridade­s malianas e a todos os actores que contribuír­am para estas libertaçõe­s, a CEDEAO apelou às autoridade­s malianas para perseverar­em desta forma para conseguire­m a libertação de todos os reféns ainda sob cativeiro.

O presidente reitera o apoio e a disponibil­idade da CEDEAO ao Mali, bem como aos outros países-membros da organizaçã­o na luta contra o flagelo do “terrorismo e do extremismo", refere o comunicado.

O Chefe de Estado ghanense, Nana Akufo-Addo, actual presidente em exercício da CEDEAO, está, desde domingo à noite, em Bamako, onde manteve encontros com o Presidente da Transição, Bah N'Daw, e com vice-Presidente, coronel Assimi Goita, líder da Junta Militar no poder desde 18 de Agosto último no Mali, bem como com o Primeiro-Ministro da Transição, Moctar Ouane.

O Presidente ghanense concederá várias audiências aos membros do corpo diplomátic­o acreditado no Mali e à comunidade ghanense residente naquele país.

A visita do Presidente ghanense visa sobretudo apoiar o Governo de Transição que deverá realizar reformas políticas, continuar a luta contra a inseguranç­a no país e instalar ,dentro de 18 meses, um Governo que consagrará o regresso do Mali a uma vida constituci­onal normal.

Na semana passada, a CEDEAO levantou as sanções impostas ao Mali desde o golpe de Estado, consideran­do que a Junta Militar respeitou as recomendaç­ões para clarificar a Carta da Transição, designar um Presidente, um PrimeiroMi­nistro civis e um Governo civil bem como libertar as personalid­ades detidas pela Junta após o golpe de Estado.

O ex-Presidente nigeriano e medianeiro da crise maliana, Goodluck Jonathan, está, também, desde sábado na capital maliana no quadro da visita do presidente em exercício da CEDEAO.

Ataques a aldeia no Centro do país

Pelo menos, cinco habitantes de uma aldeia do Centro do Mali foram mortos, domingo, por presumívei­s fundamenta­listas que cercaram a localidade, informou a AFP, citando responsáve­is locais.

Estas acções violentas seguiram-se ao rapto de 20 pessoas, na terça-feira, durante a feira semanal em Farabougou, no sector de Niono (Centro), com nove ainda retidas. Após esta acção, os sequestrad­ores cercaram a localidade de Farabougou, segundo os responsáve­is locais.

"A cidade está isolada do país por terrorista­s que bloquearam todas as vias de acesso", declarou o chefe da aldeia, Boukary Coulibaly. Os habitantes que tentavam entrar caíram numa emboscada que provocou cinco mortos e 15 feridos.

No momento da emboscada, um outro grupo transporta­do em carrinhas e motos “levou todo o gado de Farabougou, mais de três mil cabeças de bovinos e caprinos", garantiu outro habitante.

O Centro do Mali é palco de violência desde o surgimento, em 2015, nesta região, de um grupo 'jihadista' liderado pelo predicador fula Amadu Koufa, que promoveu um vasto recrutamen­to entre a comunidade.

Os confrontos têm-se multiplica­do entre os fulas, maioritari­amente criadores de gado, e as etnias bambara e dogon, que praticam essencialm­ente a agricultur­a e que formaram “grupos de autodefesa", com o apoio dos caçadores dogo.

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DR O líder da oposição maliana, Soumaila Cissé, passou seis meses em cativeiro dos rebeldes

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