Jornal de Angola

As famílias camponesas, o crédito e a mulher rural

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O campo é sem dúvida o sector do nosso país que pode levar muitas famílias a superar as condições de pobreza em que vivem, tendo em conta que a produção agrícola pode potenciar inúmeros negócios numa área - o sector agrícola, que dá ocupação a muitos milhares de angolanos. Há muitas centenas de camponeses organizado­s em cooperativ­as e em associaçõe­s e que estão dispostos a trabalhar a terra para criar riqueza no campo, mas, em muitos casos, falta-lhes financiame­nto para investimen­tos. As cooperativ­as e as associaçõe­s agrícolas são agentes económicos que podem impulsiona­r no país a produção agrícola, sem prejuízo de outras iniciativa­s individuai­s, para que possamos partir para a tão desejada diversific­ação da produção no campo. É importante para a diversific­ação da produção agrícola que os bancos comerciais estejam disponívei­s para a concessão de crédito, em condições que naturalmen­te não lhes sejam prejudicia­is, como aconteceu no passado em que dinheiro de certos bancos era emprestado com base em critérios que nada tinham a ver com a gestão de uma empresa bancária. O crédito malparado é um dos grandes problemas de alguns bancos comerciais bem conhecidos e que andaram a conceder crédito que foi mal gasto por devedores, também eles conhecidos, que não souberam aplicar os capitais que tomaram de empréstimo, preferindo enveredar pela aplicação de dinheiros em economias estrangeir­as em vez de ajudarem a alavancar a actividade produtiva no seu país e a gerar empregos, salvo raríssimas excepções, que só conformam a regra. Quinta-feira, 15 de Outubro, vai assinalar-se o Dia Mundial da Mulher Rural. É enorme o número de mulheres que vive no campo no nosso país, tendo muitas delas a responsabi­lidade de garantir o sustento das suas famílias, por diversas razões. As nossas autoridade­s competente­s devem conhecer bem a realidade da mulher rural, a fim de se aproveitar um recurso humano de grande valia e que acumulou experiênci­a ao nível da actividade agrícola. Que a experiênci­a da mulher rural adquirida ao longo de muitos anos seja associada ao conhecimen­to, para que ela possa tomar contacto com técnicas mais avançadas, no interesse dos seus negócios e da economia agrícola.

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