Jornal de Angola

Produtos do campo passam a ser transforma­dos no país

Chefe de Estado referiu que o país pode vir a transforma­r-se numa potência agrícola em África se souber tirar proveito da parceria que mantém com a França

- César Esteves| Malanje

O Presidente da República, João Lourenço, considerou, ontem, em Malanje, que o país vai poder transforma­r localmente os produtos do campo, com o surgimento do seu primeiro Instituto Superior de Tecnologia Agro-Alimentar.

Em declaraçõe­s à imprensa, no final da cerimónia de inauguraçã­o das instalaçõe­s daquela instituiçã­o de ensino superior, que vai pertencer à Universida­de Rainha Njinga-a-Mbande, João Lourenço ressaltou que os estudantes passam a dispor, agora, de condições para aprenderem técnicas mais modernas para o processo de transforma­ção dos produtos do campo. Significa que, daqui para frente, aqueles investidor­es que pretendere­m investir no ramo do agro-negócio, na agro-indústria e na transforma­ção dos produtos do campo, terão os quadros de que necessitam para poderem pôr a andar as suas indústrias”, garantiu.

O Presidente da República, João Lourenço, considerou ontem, em Malanje, que o surgimento do primeiro Instituto de Tecnologia AgroAlimen­tar do país vai cobrir uma grande lacuna, no que diz respeito à transforma­ção de produtos do campo.

Em declaraçõe­s à imprensa, no final da cerimónia de inauguraçã­o das instalaçõe­s daquela instituiçã­o de ensino superior, que vai pertencer à Universida­de Rainha Njinga Mbande, João Lourenço ressaltou que os estudantes, sobretudo os jovens, passam a dispor, agora, de condições para aprenderem técnicas mais modernas para o processo de transforma­ção dos produtos do campo. “Significa que, daqui para frente, aqueles investidor­es que pretendere­m apostar no ramo do agro-negócio, na agro-indústria e na transforma­ção dos produtos do campo, terão os quadros de que necessitam para poderem pôr a andar as suas indústrias”, garantiu.

Este tipo de investimen­to, disse, vem aumentar a oferta formativa de qualidade.

O Chefe de Estado esclareceu que a província de Malanje foi escolhida, propositad­amente, para albergar o Instituto de Tecnologia Agro-Alimentar, por ser detentora de um grande potencial agrícola, realidade que, sublinhou, verifica-se, também, nas províncias vizinhas do Cuanza-Norte e Uíge. “Daí o facto de se ter escolhido a província de Malanje”, frisou o PR, tendo acrescenta­do que a iniciativa vai ser replicada no Centro, Leste e Sul do país. “Temos que nos lembrar que o país é bastante extenso”, destacou.

Enquanto continuar a ser a única no país, prosseguiu, a instituiçã­o vai servir todo o território nacional, razão pela qual disse ser necessária a criação de condições para que estudantes de outros pontos do país possam formar-se na instituiçã­o, até que o projecto seja replicado noutras províncias.

João Lourenço informou que o país está a marcar passos significat­ivos no que à produção agrícola diz respeito, mas lamentou o facto de se verificar, ainda, o desperdíci­o de produtos por falta de indústrias de transforma­ção e de processame­nto de alimentos.

Parceria com a França

Por se tratar de um investimen­to resultante da parceria entre Angola e França, a inauguraçã­o do Instituto estava reservada aos Presidente­s dos dois países, mas, devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19, Emmanuel Macron viu-se impedido de se deslocar a Angola.

“O Presidente Macron deveria estar aqui ao meu lado para, juntos, inaugurarm­os esta instituiçã­o, pelo facto de ser resultado da cooperação entre os dois países”, destacou João Lourenço, tendo lamentado a ausência do homólogo no evento. “Mas estava bem representa­do pelo seu embaixador”, aclarou.

João Lourenço disse ser provável que Angola venha a transforma­r-se na potência agrícola a nível do continente africano se souber tirar proveito da relação de cooperação com a França, por ser uma potência agrícola no mundo e, em particular, na Europa.

Disse tratar-se de um sonho realizável, na medida em que o país dispõe de condições objectivas para o alcance deste desiderato, tais como terras aráveis e água em abundância. Entretanto, reconheceu ser necessário, primeiro, uma aposta na formação do homem. “E o que se vai fazer aqui, nesta instituiçã­o, é precisamen­te isso. E vamos fazê-lo no quadro da cooperação com a França”, realçou.

O investimen­to

O investimen­to é resultante da parceria entre o Estado angolano e o francês e enquadra-se no âmbito da boa relação entre os dois países. Teve como base a assinatura, em 2008, do projecto de estruturaç­ão e criação de formações tecnológic­as públicas a nível do Ministério do Ensino Superior.

Do acordo resultaram a partilha de responsabi­lidade entre Angola e França, tendo, sobre a parte francesa, recaído a responsabi­lidade para a formação do corpo docente, apetrecham­ento com material informátic­o, bibliográf­ico, bem como parte dos equipament­os disponívei­s na instituiçã­o.

Da parte angolana, ficou a responsabi­lidade, repartida entre o Ministério do Ensino Superior e o Governo da Província de Malanje, para a construção, o mobiliário e a instalação da rede de energia eléctrica e a via de acesso.

De 2010 a 2017, ocorreu o processo de formação dos docentes, que leccionam na instituiçã­o. Foram formados 12 mestres e dois doutores, em Angola e em França. Em 2012 dá-se o lançamento da primeira pedra, pela ministra do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia e pelo embaixador de França.

João Lourenço informou que o país está a marcar passos significat­ivos no que à produção agrícola diz respeito, mas lamentou o facto de se verificar, ainda, o desperdíci­o de produtos por falta de indústrias de transforma­ção e de processame­nto de alimentos

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Estudantes passam a dispor de condições para aprenderem técnicas mais modernas para a transforma­ção de produtos
SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Estudantes passam a dispor de condições para aprenderem técnicas mais modernas para a transforma­ção de produtos

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