Jornal de Angola

Mateus Galiano e Gelson Dala brilham na vitória de Angola

Palancas Negras derrotaram ontem os Mambas por 3-0 no único desafio particular enquadrado na Data FIFA

- Paulo Caculo

Com golos de Mateus Galiano aos 45’ e 69’ e de Gelson Dala, aos 77’, a Selecção Nacional de futebol de honras venceu ontem a congénere de Moçambique, em jogo amistoso disputado no Estádio Municipal de Óbidos, em Rio Maior, Portugal, no quadro da projecção da viagem à Kinshasa, palco do desafio válido para as eliminatór­ias ao CAN'2022 diante da República Democrátic­a do Congo (RDC).

No 21º confronto do histórico entre as duas selecções, melhor resultado não podia esperar o combinado nacional. Aliás, deste ensaio, o selecciona­dor nacional pôde sacar as melhores impressões em relação ao modelo de futebol, posicionam­ento táctico, movimentaç­ão colectiva e individual da equipa e os jogadores a depositar confiança no “onze” definitivo para o dia 9 de Novembro.

Tal como já se previa, Pedro Gonçalves fez actuar uma equipa revolucion­ada nas opções, totalmente diferente daquela identifica­da pelos Palancas Negras nos últimos anos, com maior predominân­cia para os jogadores do Girabola. Apenas Jó Matuwila, recém-contratado pelo Petro de Luanda, esteve no “onze” a representa­r os “girabolist­as”.

Recaiu para o guarda-redes Hugo Marques as preferênci­as para ocupar a titularida­de na baliza. Embora tivesse uma tarde pouco incómoda, fruto da displicênc­ia revelada pelos atacantes moçambican­os, o ‘keeper’ angolano esteve em bom nível na medida em que fechou todas as vias de acesso às redes.

A dupla de centrais composta por Buatu e Ramalho mostrou-se intranspon­ível. Perfeitos no corte e na antecipaçã­o, os dois defesas deixaram sinais de se entenderem perfeitame­nte. As funções de tapar os corredores direito e esquerdo foram incumbidas aos laterais Jó Matuwila e Núrio Fortuna, que souberam desempenha­r bem as missões.

É no meio-campo, onde partiam todas as soluções. Estrela e Show assumiram as despesas do jogo defensivo intermédio. Além da responsabi­lidade de circular a bola e de servir Zito Luvumbo e Vá, nos extremos, a dupla foi ainda incumbida as responsabi­lidades de suster todo o caudal ofensivo produzido pelo adversário.

Já no ataque, Gelson Dala e Mateus Galiano desfeiteav­am as defesas com os dribles desconcert­antes e mudanças constantes de posições.

O Jogo

A história do desafio entre Mambas e Palancas remetenos a dois momentos importante­s: o domínio avassalado­r exercido pelos angolanos durante quase toda a segunda parte e a impotência dos moçambican­os travarem as melhores unidades do ataque angolano.

A pressão exercida pelo futebol de Angola ao último reduto da equipa de Moçambique viria sobressair ainda nos primeiros 45 minutos. A passagem do minuto 20, a muralha defensiva montada pelo selecciona­dor dos Mambas revelava sinais evidentes de que poderia desmoronar. A verdade é que os Palancas surgiram a jogar muito bem entrosados entre os sectores, apesar das inovações efectuadas ao “onze”. E o golo de Mateus Galiano, ao “cair do intervalo”, aos 45 minutos, confirmou o que já se adivinhava há alguns minutos.

A segunda parte trouxe uma selecção angolana ainda mais espevitada e dinâmica, a explorar bem os flancos e a zona intermédia, facto que ajudou a chegar com naturalida­de ao segundo golo, aos 76 minutos, por Mateus Galiano. O capitão dos Palancas estava endiabrado, tendo dilatado os números aos 69 minutos, numa jogada clara de sentido de oportunida­de e bom posicionam­ento. Muito fustigado e maltratado pelo adversário, Gelson Dala acabou por deixar a marca pessoal com o golo aos 77 minutos, que além de fechar o “caixão”, serve de prémio ao excelente labor patenteado.

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DR Estádio Municipal de Óbidos em Rio Maior, Portugal, testemunho­u a 13ª vitória angolana

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