Alunos vencem o medo de contágios na escola
“Retomámos as aulas observando todas as medidas de biossegurança, sem beijos nem abraços”
Uma semana depois do arranque das aulas nas classes de exame, alunos e professores estão a vencer o medo de uma possível contaminação por Covid-19.
Se a escola do primeiro ciclo 1.114, na Ilha do Cabo, estava vazia no período da manhã, o mesmo já não acontece à tarde, altura em que registava uma certa afluência de alunos. E há uma explicação: as classes de exame têm aulas apenas no período da tarde.
“Temos mais de mil alunos distribuídos em três turnos, mas nesta altura apenas os da 6ª e 9ª classes retomaram as aulas no período da tarde”, disse a subdirectora administrativa da instituição, Lígia Machado.
Contou que, dos 49 professores da instituição, apenas dois fizeram testes da Covid19 e ambos tiveram resultados positivos, razão pela qual estão dispensados para tratamento. “Ainda assim, o trabalho não pára”, garantiu.
Domingos Cacola, guarda interno, disse que a situação é calma e o regresso dos alunos é uma realidade. “Nesta altura trabalha-se à vontade”, disse.
Pinto Dondi, aluno da nona classe, foi o primeiro a chegar à instituição. Veio transferido de Benguela, da Escola Heróis de Kangamba. Explicou que teve de chegar cedo para resolver o problema relacionado com a sua transferência, já que o nome não constava na lista afixada na vitrina.
Isabel Cambamba, subdirectora Pedagógica da Escola 1.007, também conhecida por 17 de Setembro, na Samba, explicou que sete professores que leccionam as turmas da 6ª classe ainda não receberam os resultados dos exames da Covid-19. Por esta razão, continuarão sem aulas por mais alguns dias, ao contrário das turmas da 9ª classe, que já retomaram as aulas sem sobressaltos.
“Estamos numa fase de adaptação”, esclareceu.
Ana Gourgel, professora, e mais 14 colegas, aproveitam as manhãs para troca de conhecimentos em Língua Portuguesa e Matemática. “Ficamos aqui, entre colegas, para rever algumas questões, em dias alternados, de segunda a sexta-feira”, disse.
Segunda Augusto lecciona a 5ª classe. Disse que a iniciativa está a contribuir para algum refrescamento.
No Complexo Escolar Pedalé, localizado no Talatona, a realidade não é diferente. “Retomamos as aulas observando todas as normas de biossegurança, sem beijos nem abraços”, disse Rosa Manuel, aluna da 9ª classe.
Marlena Saraiva disse que, em Março, se sentava na mesma carteira com a melhor amiga, Maristela. “Hoje, somos forçadas a ficar distanciadas devido à pandemia da Covid-19”.
Vitória Talino, directora adjunta da instituição, afirmou que alunos e professores estão a vencer o medo de um possível contágio na escola.