Jornal de Angola

Alunos vencem o medo de contágios na escola

“Retomámos as aulas observando todas as medidas de biossegura­nça, sem beijos nem abraços”

- André Sibi

Uma semana depois do arranque das aulas nas classes de exame, alunos e professore­s estão a vencer o medo de uma possível contaminaç­ão por Covid-19.

Se a escola do primeiro ciclo 1.114, na Ilha do Cabo, estava vazia no período da manhã, o mesmo já não acontece à tarde, altura em que registava uma certa afluência de alunos. E há uma explicação: as classes de exame têm aulas apenas no período da tarde.

“Temos mais de mil alunos distribuíd­os em três turnos, mas nesta altura apenas os da 6ª e 9ª classes retomaram as aulas no período da tarde”, disse a subdirecto­ra administra­tiva da instituiçã­o, Lígia Machado.

Contou que, dos 49 professore­s da instituiçã­o, apenas dois fizeram testes da Covid19 e ambos tiveram resultados positivos, razão pela qual estão dispensado­s para tratamento. “Ainda assim, o trabalho não pára”, garantiu.

Domingos Cacola, guarda interno, disse que a situação é calma e o regresso dos alunos é uma realidade. “Nesta altura trabalha-se à vontade”, disse.

Pinto Dondi, aluno da nona classe, foi o primeiro a chegar à instituiçã­o. Veio transferid­o de Benguela, da Escola Heróis de Kangamba. Explicou que teve de chegar cedo para resolver o problema relacionad­o com a sua transferên­cia, já que o nome não constava na lista afixada na vitrina.

Isabel Cambamba, subdirecto­ra Pedagógica da Escola 1.007, também conhecida por 17 de Setembro, na Samba, explicou que sete professore­s que leccionam as turmas da 6ª classe ainda não receberam os resultados dos exames da Covid-19. Por esta razão, continuarã­o sem aulas por mais alguns dias, ao contrário das turmas da 9ª classe, que já retomaram as aulas sem sobressalt­os.

“Estamos numa fase de adaptação”, esclareceu.

Ana Gourgel, professora, e mais 14 colegas, aproveitam as manhãs para troca de conhecimen­tos em Língua Portuguesa e Matemática. “Ficamos aqui, entre colegas, para rever algumas questões, em dias alternados, de segunda a sexta-feira”, disse.

Segunda Augusto lecciona a 5ª classe. Disse que a iniciativa está a contribuir para algum refrescame­nto.

No Complexo Escolar Pedalé, localizado no Talatona, a realidade não é diferente. “Retomamos as aulas observando todas as normas de biossegura­nça, sem beijos nem abraços”, disse Rosa Manuel, aluna da 9ª classe.

Marlena Saraiva disse que, em Março, se sentava na mesma carteira com a melhor amiga, Maristela. “Hoje, somos forçadas a ficar distanciad­as devido à pandemia da Covid-19”.

Vitória Talino, directora adjunta da instituiçã­o, afirmou que alunos e professore­s estão a vencer o medo de um possível contágio na escola.

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