Petróleo voltará ao máximo se “economia recuperar rápido”
O consumo mundial de petróleo voltará em 2023 ao máximo atingido em 2019 se houver uma rápida recuperação económica, segundo a Agência Internacional de Energia, que considera que esta próxima década será a última de crescimento da procura de petróleo.
Num cenário em que a recuperação económica levaria mais tempo e o Produto Interno Bruto (PIB) global não seria igual ao de 2019 até 2023, o consumo de petróleo não voltaria ao nível anterior à crise da Covid-19 até 2027, afirmou ontem a AIE na apresentação do seu relatório anual de perspectivas.
O director geral da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, confirmou que "a era do crescimento (do petróleo) chegará ao fim nos próximos dez anos" e insistiu que são necessárias medidas por parte dos Governos para evitar tal aumento, noticia a Lusa.
Birol observou que as vendas de veículos eléctricos (cujos motores não utilizam derivados de petróleo) este ano serão de 2,5% do total, mas ao mesmo tempo os SUV, que pelo seu peso consomem mais combustível, representarão 42%.
A fim de alcançar um volume zero de emissões líquidas de dióxido de carbono (CO2) até 2050, que limitaria o aquecimento global a 1,5 graus Celsius, a AIE acredita que é necessária uma mudança radical nas políticas energéticas nos próximos dez anos, particularmente para favorecer as energias renováveis em detrimento dos combustíveis fósseis.
Birol salientou que "a crise da Covid-19 perturbou o sector energético mais do que qualquer outro acontecimento da história” e afirmou que “pessoalmente acredito que esta crise vai deixar cicatrizes por muitos anos”.
De acordo com as estimativas da agência, a procura de energia diminuirá globalmente 5% este ano, com o petróleo a cair 8%, o carvão 7% e o gás natural 3%, enquanto que haverá um ligeiro aumento das energias renováveis.