Jornal de Angola

A Covid-19 em África, a pobreza e as vacinas

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Antes do surgimento da pandemia da Covid-19, África estava empenhada na luta pela redução da pobreza no continente, assolado por outros problemas como as crises humanitári­as resultante­s de conflitos armados.

A pandemia da Covid-19 gerou uma crise económica mundial, que está a afectar com maior gravidade países que já tinham problemas económicos de difícil solução, entre os quais figuram os do continente africano.

Num contexto em que um número elevado de países passa por grandes dificuldad­es económicas, não será fácil para África conseguir junto de credores moratórias para pagamento das suas dívidas, para poderem estar mais desafogado­s financeira­mente durante um certo período, para fazerem face ao problema da pandemia e mitigarem a crise económica. O ideal é os países africanos lutarem junto de instituiçõ­es financeira­s credoras para em comum obterem capacidade de gestão da actual crise sanitária e económica.

O mundo , depois da Covid-19, está marcado por egoísmos de Estados que não se querem importar com a aquisição pelo continente africano de vacinas para o combate à Covid-19.

São evidentes as manifestaç­ões de nacionalis­mos e proteccion­ismos, no que diz respeito à aquisição de vacinas contra a Covid-19. Com o aumento de número de casos de infecção com a Covid-19 e de mortes a questão que é muito debatida é o acesso a vacinas contra a Covid-19.

Donald Kaberuka, enviado especial da União Africana para a Covid-19 , disse que África está no fim da fila para a aquisição de vacinas contra a pandemia. Kaberuka está pessimista quanto à possibilid­ade de África aceder às vacinas no quadro das actuais iniciativa­s internacio­nais. “Os países europeus, os países ricos já pré-compraram as vacinas”, disse Donald Kaberuka , que defende um mecanismo global que garanta que o continente africano consiga vacinar “a massa crítica necessária para criar imunidade em África”.

Que os líderes africanos actuem concertada­mente, nesta fase difícil dos povos do continente, para que se possam obter resultados positivos na luta contra a pandemia e contra a pobreza, a fim de se contrariar, na medida do possível, os nacionalis­mos e proteccion­ismos de países ricos.

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