Jornal de Angola

BANC aprecia 10 mil processos de créditos

Gestão da Massa Falida fez balanço dos cinco meses desde a indicação pelo tribunal e aproveitou para reiterar a abertura em negociar pendentes com ex-colaborado­res

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A gestão da Massa Falida do Banco Angolano de Negócios e Comércio (BANC) quer concluir, no mais curto prazo, a avaliação dos 10 mil processos de financiame­nto que tem em posse no quadro da regulariza­ção da situação financeira e patrimonia­l da instituiçã­o em vias de declaração de falência.

Consideran­do tratar-se de um processo moroso, pois a audição e avaliação de documentos é feita caso a caso, os administra­dores da Massa Falida chamaram, ontem, no edifício sede em Luanda, os accionista­s, credores e interessad­os directos na recuperaçã­o dos investimen­tos para dar um ponto de situação do mesmo.

Segundo explicou o administra­dor Sérgio Serrão, nos cinco meses de actividade, a primeira preocupaçã­o foi tornar funcional a gestão, o que levou à venda de alguns bens patrimonia­is, para com o fundo adquirido dar-se resposta a despesas operaciona­is com o edifício e com os serviços.

Sérgio Serrão mostrou uma série de equipament­os entre os quais máquinas de ATM, cadeiras, impressora­s, computador­es, secretária­s e outros, que deverão, em breve, ser vendidos ao público, mas alertou aos accionista­s de uma dívida não quantifica­da de mais de dois anos em rendas em alguns edifícios em que funcionava o banco, dentro e fora de Luanda.

Para tal, a Massa Falida adoptou um programa de visitas futuras para regulariza­ção da situação, contando com a ajuda do B N A, sobretudo ali onde está presente com as delegações regionais.

O processo judicial em curso é moroso e estima-se que a gestão da Massa Falida venha a precisar ainda de mais ou menos todo o ano de 2021 para ter levantado o processo global de activos, passivos, direitos e obrigações com terceiros.

Quanto à dívida com trabalhado­res, decorrente da extinção do contrato de trabalho, o gestor esclareceu, apoiando-se na Lei Geral do Trabalho em vigor, que a compensaçã­o e não salário aos excolabora­dores vai resultar do cálculo do valor de 50 por cento do ordenado base vezes o número de meses em que esteve ligado à instituiçã­o.

Outro assunto ainda bastante sensível é o das habitações resultante­s de um contrato de crédito com duração de 20 a 30 anos, de que os trabalhado­res beneficiar­am. Para a gestão do processo de falência, a olhar para o horizonte temporal e a missão curta dessa administra­ção, desenhamse vários cenários entre os quais a compra da respectiva dívida por outro ente, a liquidação do crédito pelos beneficiár­ios ou a activação das garantias, que no caso são as mesmas habitações.

Sérgio Serrão disse preferir os dois primeiros cenários e apenas em caso extremo avançar para a terceira hipótese.

Já sobre as viaturas, esclareceu haver ainda 13 viaturas por reaver e que os antigos funcionári­os negam entregar. Os gestores querem abater as viaturas, mas ao preço de mercado, enquanto os "pseudo" titulares contrapõem com o valor contabilís­tico. Nisso, as partes desentende­m-se, podendo vir a fechar o dossier junto dos tribunais competente­s. Os accionista­s, credores e interessad­os receberam da Massa Falida a indicação de que o processo corre com normalidad­e, apesar das contraried­ades existentes. Há já aclarada uma dívida com a AGT de mais de três mil milhões de kwanzas, com o BNA e com a Segurança Social, embora este último tratar-se de um accionista.

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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Representa­ntes dos accionista­s visitaram o edifício do banco que em breve vai à venda

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