Polícia pode usar armas contra manifestantes
A Polícia de Bielorrússia tem, agora permissão para usar armas de combate nas ruas contra manifestantes, se necessário, informou o Ministério do Interior , após as forças de segurança terem entrado em confrontos com os manifestantes que exigem a saída do Presidente Alexander Lukashenko, acusado de cometer fraude nas eleições de 9 de Agosto.
"Fascistas", gritavam os manifestantes num conflito tenso com as forças de segurança, que responderam com pistolas sinalizadoras e um spray não identificado, de acordo com imagens de vídeo que circularam nas redes sociais que continuam a circular nas redes sociais. Um som de uma explosão foi ouvido enquanto nuvens de fumaça cinza tomavam o local. Não houve relatos imediatos de feridos ou prisões, mas um porta-voz do Ministério do Interior confirmou, mais tarde, que a Polícia havia usado pistolas sinalizadoras e gás lacrimogéneo para dispersar uma manifestação não autorizada.
"Os protestos, que se deslocaram em grande parte para Minsk, tornaram-se organizados e extremamente radicais", disse o Ministério do Interior em comunicado.
“Por isso, os funcionários do Ministério do Interior e as tropas não sairão das ruas e, se necessário, usarão equipamentos especiais e armas militares”, completou.
Dezenas de milhares de bielorrussos têm se manifestado todos os fins-de-semanas desde a eleição, na qual Lukashenko foi declarado vencedor.
Os oponentes políticos dizem que a votação foi fraudada, acusação que Alexander Lukashenko, no poder há 26 anos nega.
Os confrontos de segundafeira ocorreram depois de que milhares de pessoas participaram de uma "passeata de aposentados" na capital, Minsk.
Os manifestantes gritavam "vá embora" e agitavam bandeiras brancas com uma faixa vermelha, um símbolo da oposição bielorrussa.
No domingo, quando 713 pessoas foram detidas por participarem nos protestos em massa, as forças de segurança usaram canhões de água e cassetetes para dispersar multidões que exigiam uma nova eleição presidencial.
Numa mensagem publicada ontem, nas redes sociais, a opositora, Svetlana Tikhanovskaya, deu um prazo até 25 de Outubro a Lukashenko para renunciar ao mandato presidencial, caso contrário a oposição irá convocar uma manifestação de proporções inéditas e uma greve geral.