“Não houve referência às preocupações da classe”
O secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), Teixeira Cândido, considerou que o Presidente da República não fez referência às principais preocupações da imprensa.
“A luta pela sobrevivência dos órgãos de comunicação social detidos por privados, que aguardavam ansiosamente pela concretização dos incentivos previstos pela Lei de Imprensa, e o desaparecimento de jornais são uma das manifestações das dificuldades”, disse.
Segundo Teixeira Cândido, há retrocesso na abertura que se vinha assistindo nos órgãos públicos.
“Os órgãos públicos enfrentam imensas dificuldades, não sendo capazes de colocar à disposição dos jornalistas que trabalham fora de Luanda meios à altura de desempenharem a sua actividade, como carros, ajudas de custos, etc.”, acrescentou.
“Qual é o futuro dos órgãos recuperados, como a TV Zimbo, Palanca e a Rádio Mais, além do jornal O PAÍS?”, questionou o secretário-geral do SJA, para quem Angola continua a ser um dos poucos países da SADC que não possui rádios comunitárias, quando a GuinéBissau tem mais de 30.
Teixeira Cândido defendeu, igualmente, urgência, na revisão do pacote legislativo, que há três anos não sai das consultas preliminares. “Portanto, para o Sindicato dos Jornalistas Angolanos o discurso do Senhor Presidente da República ficou distante das principais preocupações da classe”, concluiu.