Cidade moçambicana da Beira regista altas taxas de exposição
A cidade da Beira, centro de Moçambique, apresenta algumas das maiores taxas de exposição ao novo coronavírus no país, segundo um estudo sero-epidemiológico apresentado pelo Instituto Nacional de Saúde (INS).
O facto de ter 500.000 habitantes e estar localizada num dos principais corredores de pessoas e mercadorias, como porta do oceano Índico para os países do interior da África Austral, são factores que a tornam “mais vulnerável” à infecção, explicou Ilesh Jani, director-geral do INS.
O responsável apelou ao reforço das medidas de prevenção, uma vez que os indicadores apontam para um aumento de casos de Covid-19 na cidade, capital da província de Sofala, nas próximas semanas.
Entre os locais com maior taxa de prevalência registada neste tipo de estudos está o mercado do Maquinino, onde um em cada quatro trabalhadores já esteve exposto ao vírus, referiu.
Segundo o inquérito, há ainda vários bairros onde uma em cada 11 pessoas já teve ou tem o novo coronavírus.
A pesquisa abrangeu mais de 6.000 pessoas e indica que “transportadores e vendedores de mercados” são as classes profissionais mais expostas com taxas de prevalência superiores a 8%.
Ilesh Jani alertou ainda para um número relativamente elevado de prevalência (3,4%) junto dos mais idosos, o grupo que enfrenta mais riscos ao contrair a Covid-19.
A província de Sofala tem um total acumulado de 330 casos, um morto e 232 recuperados - ou seja, há 98 casos activos.
O INS já realizou estudos seroepidemiológicos nas capitais provinciais de Nampula, Pemba, Maputo, Quelimane, Tete, Beira e Lichinga.